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PSDB cobra saída de chefe da Casa Civil
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) defendeu ontem
da tribuna a demissão do ministro José Dirceu (Casa Civil), por
causa das denúncias de corrupção
e tráfico de influência contra seu
ex-assessor Waldomiro Diniz.
"Há necessidade, por razões de
Estado, de que o José Dirceu seja
demitido. Não posso dizer que ele
está envolvido, mas perdeu a autoridade para ficar. (...) O cidadão
[Waldomiro] era seu braço direito, morou com ele. Ou o presidente toma essa decisão, respeitando
sua extraordinária biografia, ou
essa biografia vai para o lixo."
Antero confirmou ter enviado
as fitas que geraram a denúncia
contra Waldomiro à Promotoria,
após recebê-las, de forma anônima, há cerca de 15 ou 20 dias.
Já a liderança do PSDB na Câmara defendeu o afastamento de
Dirceu até que sejam concluídas
as investigações sobre o caso.
O presidente da Câmara, João
Paulo Cunha (PT-SP), saiu em defesa do ministro. "Não queiram
arrastar o Dirceu para esse caso."
O PSDB no Senado já começou
a colher assinaturas para instalar
uma CPI. Antero foi o autor do requerimento da comissão. Simultaneamente, o Planalto iniciou
operação para evitar que aliados
apoiem. Os ministros Dirceu e Aldo Rebelo (Coordenação Política)
ligaram para o líder do PMDB,
Renan Calheiros (AL), preocupados com a posição do partido -o
maior da base aliada no Senado.
Após as conversas, Renan telefonou a todos os senadores do
partido pedindo que não assinem
a CPI até que a bancada tome uma
decisão conjunta. Ex-líder do PT
no Senado, Tião Viana (AC) apóia
a criação de uma CPI. "Nossa coerência nos impõe transparência."
Mesmo sem o PMDB, a oposição tem número para criar a CPI.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), achou insuficientes as medidas tomadas pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva -demitir Waldomiro e ordenar abertura de inquérito policial.
"É uma atitude defensiva, para
tentar controlar a investigação."
Virgílio apresentou requerimento pedindo ao Ministério da
Justiça proteção a Waldomiro.
Já o líder do PSDB na Câmara,
Jutahy Junior (BA), afirmou ser
"inverossímil" a tese do presidente do PT, José Genoino, de que os
tucanos tiveram envolvimento na
gravação das imagens contra
Waldomiro. Segundo o líder, se
isso fosse verdade, o partido teria
divulgado na campanha de 2002.
Para Jutahy, o caso é simbólico
porque acabaria com a suposta
imagem de inviolabilidade do PT
em relação a casos de corrupção.
"A "virgindade" do PT acabou."
O primeiro-secretário da Câmara, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), encaminhou requerimento
pedindo os registros das ligações
feitas por Waldomiro no governo.
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