São Paulo, segunda-feira, 14 de fevereiro de 2005

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Comissão mista do Congresso irá acompanhar investigação do caso

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As investigações sobre o assassinato de irmã Dorothy Stang serão acompanhadas por uma comissão mista do Congresso. A decisão foi tomada ontem pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e por Renan Calheiros (PMDB-AL), que deve ser eleito hoje o sucessor de Sarney.
Sugerida por Calheiros, a criação da comissão tem o apoio do presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP). Seus integrantes devem ser definidos hoje.
O ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo (PC do B-SP), disse que o governo irá prender os responsáveis pelo assassinato de Dorothy. "O governo vai mobilizar todos os recursos ao seu alcance para esclarecer definitivamente o assassínio, prender e punir os autores e os mandantes, porque o crime é tipicamente encomendado", disse. Segundo ele, o governo não tinha conhecimento das ameaças feitas à freira.
Para João Paulo, "o governo deve interromper negociações" relacionadas a problema de madeireiros até que se solucione o caso.
O deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) anunciou que deve viajar hoje, logo após as eleições para as presidências da Câmara e do Senado, para Altamira e Anapu, onde Dorothy foi morta.
"A intenção inicial é percorrermos Altamira e Anapu, cujo crescimento populacional supera o de qualquer outra região do país, mas sem qualquer acompanhamento por órgãos do governo."
Colunista da Folha, o deputado abordara, em artigo publicado no último sábado, a tensão entre os madeireiros e a população local.
"O governo tem que se colocar de forma mais decidida. O que não pode é ela [Dorothy] anunciar que seria assassinada e o governo responder que criaria um grupo de trabalho", afirmou.


Colaborou PEDRO DANTAS, da Sucursal do Rio

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