ARI CIPOLA
da Agência Folha, em Maceió

A Polícia Federal prendeu anteontem em Conceição do Araguaia (PA) o ex-soldado da Polícia Militar de Alagoas Mendonça Medeiros da Silva, que confessou ter participado da chacina na qual morreu a deputada federal Ceci Cunha (PSDB).
Contrariando a expectativa da PF, que achava que Silva seria o autor do tiro de espingarda calibre 12 que atingiu o pescoço da deputada, Silva afirmou que apenas deu proteção aos assassinos.
Segundo Silva disse à PF em Marabá (PA), ele dirigia um Santana cinza que dava cobertura ao Tipo que levava os verdadeiros autores do crime à casa onde ocorreram as mortes, no dia 16 de dezembro.
"Sei que no Tipo estavam o Alécio (Alves da Silva) e o Jadielson (Barbosa Silva), mas acho que quem fez os disparos foi mesmo o José (Alexandre da Silva) Tinguinha", afirmou Silva à PF.
Os citados por Silva estão presos. Jadielson e Alécio são assessores do deputado Talvane Albuquerque (PTN-AL), principal suspeito de ser o mandante do crime. O deputado, que assumiu a vaga da deputada morta por ter sido eleito suplente, nega envolvimento.
O ex-soldado da PM trabalhou, segundo a PF, como coordenador da campanha de Talvane em Batalha (sertão alagoano).
"O Mendonça Silva está contrariando nossas informações de que foi ele quem atirou na deputada. Mas está ajudando a desvendar a trama que deixa o deputado Albuquerque como sendo o mandante", disse o superintendente da PF alagoana, Bergson Toledo.
Segundo Toledo, a PF conseguiu ontem dois mandados de busca e apreensão do Santana que Silva diz ter utilizado no esquema para assassinar Ceci Cunha.
O primeiro mandado foi cumprido na casa de Pedro Leão, marido da superintendente do INSS de Alagoas, Terezinha Albuquerque, irmã de Talvane.
"O Leão confirmou que comprou o carro, mas disse que fez o financiamento a pedido do Talvane Albuquerque", afirmou o superintendente da PF. O carro foi apreendido na casa do pai de Talvane, em Arapiraca (AL).


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