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EM BRASÍLIA
Senador foi citado na entrevista de Nicéa
ACM sugere ação de
"prepostos" de FHC
RAQUEL ULHÔA
da Sucursal de Brasília
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA),
sugeriu ontem que pessoas ligadas ao presidente Fernando Henrique Cardoso possam estar envolvidas num suposto complô
que teria levado às denúncias
formuladas contra ele pela ex-primeira-dama Nicéa Pitta.
"Não acredito em participação
do presidente Fernando Henrique Cardoso em tal baixeza, o
que não isenta algum preposto
menor", afirmou o senador, que
revelou estar preparando a "reação necessária" para se vingar
dos adversários políticos que supostamente teriam atuado nos
bastidores do caso.
"Quero saber quem está por
trás das denúncias porque os
responsáveis não ficarão impunes", disse. Ontem, FHC telefonou para o senador, se solidarizando por causa do episódio.
Depois da conversa, ACM afirmou que o relacionamento entre
eles passa por uma fase boa. Mas
levantou a possibilidade de um
complô contra ele movido por
pessoas próximas ao presidente,
principalmente por tucanos de
São Paulo.
Advogados do presidente do
Senado já preparam processo
por calúnia contra Nicéa, que o
acusou de ter pressionado o prefeito Celso Pitta (PTN) a pagar
uma dívida da prefeitura com a
empreiteira OAS, que tem como
um dos sócios um ex-genro de
ACM, César Matta Pires.
Para o senador, o processo
contra a ex-primeira-dama não
encerra o caso, já que ele a considera "uma insana e desajustada"
e teria apenas sido usada por adversários políticos seus.
Segundo Nicéa, as pressões de
ACM teriam sido feitas por intermédio do ex-senador Gilberto
Miranda. Ontem, o presidente
do Senado reafirmou que nunca
fez pedido pela OAS a ninguém e
evitou críticas a Miranda, que foi
seu aliado político.
"Não vou negar que ele me foi
útil. Veio para o meu partido e
cabalou votos no baixo clero,
ajudando minha eleição à presidência do Senado. Seria falta de
caráter negar isso. Mas nunca
pedi para que ele conversasse
com Pitta sobre qualquer coisa."
O senador fez questão de mostrar "indignação" com o envolvimento de seu nome nas declarações de Nicéa Pitta.
"Tenho uma vida exemplar em
relação à moralidade pública.
Desafio qualquer pessoa a dizer
que fiz solicitação para empresa
privada, seja ela qual for. Mas o
pior é misturar meu nome com o
de pessoas de caráter duvidoso e
de vereadores que receberam
propinas. Isso me causa espanto,
surpresa e indignação", afirmou.
"Tenho 40 anos de vida pública
e ninguém pode apresentar
qualquer prova contra a minha
honestidade. Podem falar do
meu temperamento, mas nunca
de falta de honestidade. Esse é
meu trunfo", disse.
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