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Denúncia de irregularidades vai afetar rolagem de dívida
da Sucursal de Brasília
As denúncias de Nicéa Pitta sobre corrupção e outras irregularidades na prefeitura da cidade vão
dificultar a rolagem da dívida do
município, cuja negociação está
em andamento no Senado.
A dívida é estimada em R$ 10,5
bilhões. Pelo menos R$ 10 bilhões
correspondem à emissão de títulos municipais para o pagamento
de precatórios (dívidas judiciais).
"As denúncias dificultam a negociação e tumultuam o processo", disse ontem à Folha o senador Romero Jucá (PSDB-RR),
que será o relator, na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), do acordo que prevê a rolagem da dívida paulistana.
A rolagem da dívida já foi negociada entre o município de São
Paulo e o Ministério da Fazenda.
Mas, como envolve valores altos e
papéis investigados por uma CPI,
o governo optou por submetê-la à
análise do Senado.
Uma nota técnica do Banco
Central levantou irregularidades
na emissão dos títulos usados pelo município para pagar os precatórios. O ministério ignorou os
argumentos e fechou o acordo
com São Paulo, rolando a dívida
em 30 anos.
Segundo o BC, o município de
São Paulo desviou parte dos recursos captados para o pagamento dos precatórios, emitiu títulos
além do necessário e lançou os
papéis no mercado em condições
desfavoráveis de negociação.
As operações foram feitas na
gestão de Paulo Maluf, quando o
atual prefeito, Celso Pitta (PTN),
era o secretário das Finanças.
Atacado pelas acusações de Nicéa, o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), já informou que é contra a
rolagem da dívida. Ele não integra
a CAE, mas sua posição influencia
os demais senadores. Celso Pitta
será convocado a comparecer na
CAE, o que já estava acertado antes das denúncias de Nicéa.
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