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Tucanos devem alegar negócios privados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Caso a prometida reabertura
das investigações sobre o dossiê
Caribe mostre que Sérgio Motta
era diretor de empresa em paraíso
fiscal, membros do governo pretendem dizer que não se tratava
de uma sociedade da cúpula tucana, mas de negócios privados do
ministro das Comunicações, que
morreu em abril de 1998.
Um ministro, com o compromisso de não ter o nome revelado,
disse que, se existirem movimentações financeiras e empresariais
de Motta no exterior não declaradas à Receita Federal, seriam negócios particulares sem o conhecimento do presidente Fernando
Henrique Cardoso.
No governo, há o temor, segundo tucanos, que algum doleiro ou
empresário que tenha tido negócio com Motta possa ter guardado
um segredo a respeito de uma
operação financeira dele.
De acordo com esses tucanos,
sempre se falou em ações de Motta no exterior, no tempo em que
ele dirigia a Hidrobrasileira
-empresa de engenharia.
Em entrevista à Folha, Oscar de
Barros, brasileiro condenado em
Miami por tentativa de lavagem
de dinheiro do narcotráfico, disse
que prestou serviços a Motta.
Ainda de acordo com Barros, o
doleiro brasileiro Henry Goldmann, que estaria fora do país, segundo a Polícia Federal, também
atuou para o ministro e tesoureiro
de campanhas tucanas.
Goldmann teria aberto nas Bahamas a empresa CH, J & T, que
existe, e teria aberto também supostas contas bancárias dessa empresa em paraísos fiscais. Barros
afirmou que é verdadeiro o documento que apareceu no dossiê
Caribe em 1998 mostrando Motta
como um dos diretores da empresa. O outro seria Ray Terrence.
A Folha apurou que FHC disse a
amigos de Motta e a auxiliares que
não tinha conhecimento de todas
atividades financeiras do antigo
companheiro. FHC e o ministro
das Comunicações eram amigos.
No governo, há quem se preocupe com o impacto nos familiares e amigos de Motta de uma versão que atribua ao ministro eventuais descobertas incômodas para
a cúpula tucana. Argumento
principal: um morto não teria como se defender.
(KENNEDY ALENCAR)
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