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REVIRAVOLTA NA SUCESSÃO
Presidenciável afirma que eventual apoio de pefelistas à sua candidatura é "especulação" de Serra
"Não sou bobo", diz Ciro sobre apoio do PFL
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O pré-candidato à Presidência
pelo PPS, Ciro Gomes, teve ontem
uma reação curta sobre um eventual apoio que possa receber do
PFL: "Eu não sou bobo". Para ele,
"tudo não passa de especulação
do escritório de propaganda do
sr. José Serra [pré-candidato a
presidente pelo PSDB"" que teria
uma "agência de bisbilhotice, arapongagem e dossiês".
A Folha disse a Ciro que dirigentes nacionais do PFL de fato
haviam falado ao jornal sobre a
possibilidade de ele receber o
apoio da sigla. "A Folha não é minha intermediária. Minha campanha tem conselho e comando político", respondeu o candidato.
Segundo o presidenciável, a notícia divulgada ontem foi plantada pelos tucanos e com dois objetivos principais: trazer os pefelistas de volta para a candidatura
Serra e minar a tríplice aliança
PPS-PDT-PTB.
"Temos um plano de governo
que está com alguns princípios já
definidos. Quem estiver interessado [a se aliar" deve propor de
forma transparente."
Ciro não diz em público, mas
acredita que é quase impossível
que o PFL o apoie de forma orgânica, oficialmente, em uma convenção. Acredita que alguns integrantes da sigla até possam estudar algum tipo de apoio, mas seriam a exceção, não a regra.
Há muitas arestas entre Ciro e o
PFL, que dificilmente seriam esquecidas agora, na opinião do
candidato. Ele se desentendeu
com Jorge Bornhausen, presidente do PFL, no início dos ano 90,
ainda durante o governo de Fernando Collor. Aliados de Ciro
acreditam que o objetivo dos tucanos tem sido claro nos últimos
anos: destruir o PFL para poder
herdar apenas as partes que forem convenientes a Serra.
Ciro disse que não tem o menor
sentido procurar Roseana neste
momento. "Quem fala isso está
inventando". Ele confirma que
procurou Roseana "no dia em
que saiu a primeira denúncia contra ela no "Jornal Nacional", só para saber o que se passava".
Apesar das negativas de Ciro,
um grupo de deputados federais
de São Paulo, com membros do
PTB, PFL e PPS, articulam uma
aproximação dele com Roseana.
O problema é que o PFL avalia
que a foto desse encontro desmancharia mais rapidamente do
que interessa a candidatura Roseana. Ciro também tem problemas a contornar no PPS. O presidente do partido, o senador Roberto Freire (PE), saiu bombardeando a possibilidade de um entendimento com o PFL.
Colaboraram KENNEDY ALENCAR, da
Sucursal de Brasília, e EDUARDO SCOLESE, da Agência Folha, em Joinville (SC)
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