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Benedita vira pivô de disputa pelo social
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os ministros da área social do
governo Luiz Inácio Lula da Silva
saíram inquietos e insatisfeitos
após a primeira reunião da Câmara de Política Social, quando foram informados de que as ações
sociais do governo passariam a
ser coordenadas pela pasta da Assistência e Promoção Social, comandada por Benedita da Silva.
O mais novo sinal de crise no
governo surgiu com a proposta
apresentada por Benedita de "articular" os programas sociais tocados por seis pastas diferentes.
Seus assessores falam que o projeto se destina a acabar com "ilhas
de poder" na área social.
Embora tenha consumido três
das quatro horas da reunião no
Planalto explicando seu projeto,
os colegas saíram sem entender
direito como ocorrerá a integração dos programas. Mas temem
mais confusão. Uma das idéias da
ministra é mudar o foco das ações
sociais: em vez de crianças em
idade escolar ou gestantes, por
exemplo, os programas iriam beneficiar famílias pobres.
Indicada como porta-voz da
reunião, Benedita fez questão de
exaltar sua participação no encontro ao dizer que havia sido a
única a apresentar propostas.
O ministro da Educação, Cristovam Buarque, nem conseguiu
mostrar aos colegas o projeto de
aumentar para R$ 50 o valor do
Bolsa Escola, o principal programa do ministério, e ainda hoje o
mais abrangente do governo.
Desde a época da transição entre os governos Fernando Henrique Cardoso e Lula, o PT defende
a coordenação única dos programas sociais e o estabelecimento
de um sistema capaz de avaliar a
eficácia das ações do governo.
Segundo Benedita, seu ministério colocará a idéia em prática. O
sistema de avaliação contará com
financiamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). O banco teria prometido US$
600 milhões de empréstimos a
fundo perdido. "É extremamente
importante, do ponto de vista político, que a condução deste processo se dê com a integração das
ações e que um ministério não interfira no outro", disse a ministra.
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