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Caio Fábio nega envolvimento em caso MetroRED
FERNANDO RODRIGUES
da Sucursal de Brasília
O reverendo presbiteriano Caio
Fábio d'Araújo Filho divulgou
ontem nota negando estar envolvido no suposto caso de propina
paga pela MetroRED -empresa
que explora comunicação por fibra óptica no país- a integrantes
da Prefeitura de São Paulo.
Além disso, Caio Fábio sugeriu
que as acusações recentes contra
ele seriam uma tentativa de "esvaziar a investigação" sobre o dossiê
Caribe "pela desqualificação de
todas as pessoas que, de boa-fé ou
de má-fé, tenham tido alguma espécie de intervenção" no caso.
A afirmação de que Caio Fábio
teria participado do esquema de
propinas envolvendo a MetroRED e a Prefeitura de São Paulo
foi feita por Jamil Degan, um brasileiro naturalizado norte-americano que participou da tentativa
de venda do dossiê Caribe.
O dossiê é um conjunto de papéis fotocopiados, sem autenticação, que sugerem a existência de
contas bancárias e de uma associação entre políticos tucanos no
exterior. Surgiu na mídia em 98 e
sua procedência nunca foi esclarecida totalmente.
Na nota divulgada ontem, Caio
Fábio critica a edição da reportagem da TV Globo que trouxe anteontem a acusação de Jamil Degan. "Talvez instado por uma pergunta omitida quando da edição
matéria, (Jamil) passou a enfocar
a minha pessoa, afirmando que
José Maria (Teixeira Ferraz, brasileiro preso em Miami) lhe teria dito que eu houvera recebido cerca
de US$ 1 milhão por ter-lhe encaminhado muitas operações."
Essas "operações" seriam com
os governos estaduais ou federal.
Caio Fábio nega: "É público que
eu não disponho de relacionamento com os setores políticos
que ocupam a Prefeitura de São
Paulo. Não conheço o sr. Paulo
Maluf, não conheço o sr. Celso
Pitta, não conheço nenhum secretário municipal de São Paulo".
Ao receber a nota, a Folha telefonou para Caio Fábio. Perguntou se ele tinha interesse em falar
sobre o caso do dossiê Caribe,
uma vez que afirmava não ter relação com o suposto caso de propina da MetroRED.
O reverendo, que está licenciado de suas funções na Igreja Presbiteriana do Brasil, disse que preferia não falar. Afirmou que o inquérito em curso em Nova York
esclarecerá o dossiê Caribe.
Caio Fábio, entretanto, disse
que a entrevista de Jamil Degan
na TV esclareceu para ele uma
dúvida existente desde o início do
caso do dossiê Caribe. Jamil é a
mesma pessoa que Caio Fábio
chamava apenas de "inglês".
O "inglês" recebeu Caio Fábio
para um encontro no hotel Hyatt,
na cidade de Fort Lauderdale (Estado da Flórida, EUA), numa data
entre 5 e 10 de setembro de 98.
Nesse encontro, o "inglês", que
agora Caio Fábio diz saber ser Jamil Degan, ofereceu o dossiê Caribe por US$ 1,5 milhão. Mas o negócio nunca foi realizado. O comprador eventual seria Leonel Brizola. O interlocutor de Brizola foi
o advogado Nilo Batista, que desaconselhou o negócio.
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