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LDO fixa em 0,1%
do PIB o aumento
do gasto público
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O projeto da LDO (Lei de
Diretrizes Orçamentárias)
encaminhado ontem pelo
governo ao Congresso determina que, descontadas as
despesas com investimentos
e pagamento de juros da dívida, os gastos públicos só
poderão crescer, em 2007, o
equivalente a 0,1% do PIB
(Produto Interno Bruto), ou
cerca de R$ 2,3 bilhões.
A tentativa do governo Lula de frear o crescimento dos
gastos públicos está combinada, no projeto de lei, à manutenção do aperto fiscal e a
previsões otimistas de crescimento da economia nos
próximos anos.
Até 2009, o governo mantém a meta de economizar o
equivalente a 4,5% do PIB
para pagamento dos juros
da dívida, o chamado superávit primário. As previsões
de crescimento da economia
foram revistas e subiram para 4,75%, em 2007, e 5%, em
2008. Para 2009, a projeção é
que o PIB cresça 5,25%. Ontem era o último dia para o
envio do projeto da LDO ao
Congresso, ainda que o Orçamento de 2006 não tenha
sido aprovado pelos parlamentares. O texto do projeto, que não havia ficado
pronto até o início da noite,
precisa ser aprovado pelos
congressistas até o final de
junho, sob pena de impedir
o recesso parlamentar.
A nova meta de contenção
de despesas proposta pelo
governo significa aperto extra no que sobra do Orçamento depois do pagamento
dos juros e investimentos.
São as chamadas despesas
correntes, que incluem pagamento de salários de funcionários, aposentadorias,
pensões do INSS (Instituto
Nacional do Seguro Social),
benefícios assistenciais e de
transferência de renda. Elas
consomem atualmente cerca de R$ 400 bilhões dos impostos ao ano.
Segundo cálculo do Ministério do Planejamento, a
proposta de limitar o crescimento dos gastos a 0,1% do
PIB deve conter a alta dessas
despesas em cerca de R$ 2,3
bilhões. O valor equivale à
quinta parte do crescimento
previsto nos benefícios da
Previdência no último ano
-um dos alvos para o novo
aperto dos gastos.
No último projeto de LDO,
o governo ensaiou limitar as
chamadas despesas correntes a 17% do PIB. A proposta
já foi considerada um marco
histórico, na época, pela
equipe do então ministro da
Fazenda, Antonio Palocci.
Mas a proposta não prosperou no Congresso e as despesas deverão ter novo aumento neste ano.
Para 2007, a nova proposta
de contenção de gastos vem
combinada à perspectiva de
reservar parcela maior dos
impostos para investimentos públicos. O montante
para projetos-piloto de investimento protegidos de
cortes subirá de R$ 3 bilhões
para R$ 4,7 bilhões.
As metas de superávit primário fixadas para os três
primeiros anos de mandato
do sucessor do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva
mantêm os percentuais fixados desde o início do mandato do presidente para a
economia de gastos no governo central, Estados, municípios e empresas estatais.
Em 2003, a meta foi revista
de 3,75% do PIB para 4,25%
do PIB. Desde então vem
sendo superada, na prática.
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