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JUSTIÇA
Deputado do PSDB analisa imunidade
TJ-SP condena
presidente
de comissão
LUCIO VAZ
da Sucursal de Brasília
O presidente da comissão especial da Câmara sobre imunidade
parlamentar, Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP), ex-prefeito de
Sorocaba, foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo por
mau uso de verbas públicas e pelo
Tribunal de Contas do Estado por
irregularidade administrativa.
Pannunzio foi condenado pelo
Tribunal de Justiça a ressarcir o
equivalente a US$ 450 mil à Prefeitura de Sorocaba por usar verbas
públicas para promoção pessoal
quando era prefeito.
O deputado recorreu da decisão
ao STF (Supremo Tribunal Federal) e aguarda julgamento. Como
se trata de uma ação civil, o deputado não está protegido pela imunidade parlamentar garantida pela Constituição. O STF não precisa
de autorização da Câmara para
processá-lo.
O TCE-SP julgou irregular o
contrato firmado entre a prefeitura e a empreiteira Constran, em
1992, para a realização de obras de
infra-estrutura urbana com recursos do então Ministério do
Bem-Estar Social.
Já o Ministério Público de São
Paulo ingressou com ação civil
pública por improbidade administrativa contra Pannunzio, em
decorrência da contratação de 811
servidores no período eleitoral (de
julho e dezembro de 92).
O relator da ação popular contra
Pannunzio no Tribunal de Justiça
de São Paulo, Olavo Silveira, diz
que '"as despesas com a publicidade mencionada, paga com dinheiro público, mas com o objetivo
inafastável de promover candidato a prefeito, importa em lesão ao
patrimônio público, com a obrigação dos réus a repor aos cofres
públicos o que indevidamente foi
gasto".
Segundo o relator, foi "fartamente documentado" que, em 12
e 13 de outubro de 91, houve divulgação de anúncio publicitário com
o logotipo de Pannunzio e o presidente da Urbes, Empresa Pública
Municipal, José Antonio Crespo,
'"então pretendente a candidato a
prefeito".
Outro lado
Antonio Carlos Pannunzio afirmou que perdeu a ação porque
"houve falha na defesa". "Eu havia ganho na primeira instância.
Agora, recorri ao Supremo e vou
vencer a ação", disse.
Pannunzio afirmou que não estará trabalhando em causa própria
na Câmara: '"A imunidade não cobre a ação civil. O Supremo nem
sequer está pedindo autorização
para julgar a ação."
O deputado acrescentou que o
projeto da comissão especial deverá decidir que a imunidade parlamentar "não servirá para acobertar casos anteriores à eleição".
"Não estou advogando em causa
própria."
Sobre a decisão do TCE, Pannunzio afirmou que foi constatada
irregularidade numa "questão
meramente administrativa". '"Eu
ampliei o objeto do contrato e
mantive o valor. O tribunal achou
que eu deveria ter submetido isso
aos outros concorrentes."
Segundo o deputado, o Ministério Público arquivou o caso. Ele
também disse que não foi notificado pelo Ministério Público sobre a
contratação supostamente irregular de servidores em período eleitoral. "Foi emergencial."
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