São Paulo, domingo, 14 de maio de 2006

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ELEIÇÕES 2006/SÃO PAULO

Petistas planejam oferecer presidência da Câmara ao ex-governador no próximo ano em troca de aliança do PMDB com o PT

Mercadante pede a Lula que atenda Quércia

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Durante uma reunião com sua equipe de campanha, o pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, informou que pedirá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que procure o ex-governador Orestes Quércia para pavimentar uma aliança com o PMDB estadual.
A avaliação é que a negociação com Quércia passa pelo governo federal. Por isso, além da oferta de espaço num segundo governo Lula, integrantes da cúpula petista defendem até a costura de um acordo em que o partido se comprometeria com a eleição de Quércia para a presidência da Câmara de Deputados.
A proposta compensaria o fato de o PT não poder oferecer a vaga de Senado -destinada a Eduardo Suplicy- ao PMDB. Para o partido, o PT reserva a vice de Mercadante e espaço nacional. Quércia reclama de desprestígio, chegando a lembrar que não foi convidado para a posse de Lula.
Para conquistar o PMDB, o governo investirá na bancada do partido no Congresso. "O PMDB daqui para diante vai praticamente centralizar o debate político e o processo eleitoral", disse o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, que amanhã se encontra com Itamar Franco.
"Primeiro, o que vou fazer é procurar no PMDB no Congresso. E, no curso do processo, a gente vai conversar sobre o resto."
Segundo o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia, o "PT está determinado a buscar o PMDB". O PC do B será usado como ponte na articulação.
No PSDB, o pré-candidato ao governo, José Serra, opera para deixar aberta a vaga do Senado ao PMDB. Para isso, chegou a pedir que o deputado Mendes Thame mantenha sua candidatura ao Senado, recolhendo assinaturas, para impedir que Zulaiê Cobra monopolize a discussão no partido.
Serra, que telefonou para o presidente nacional do PMDB, Michel Temer na quinta-feira, pediu que o PSDB fique aberto à aliança. Mas, caso fracasse, o PSDB poderá lançar uma chapa puro-sangue para o governo estadual, deixando ao PFL a cadeira no Senado.


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