|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Garotinho discute filiação ao PMDB
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
OTÁVIO CABRAL
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
O PMDB abriu negociações para filiar o secretário da Segurança
Pública do Rio, Anthony Garotinho, e ameaça votar contra os interesses do Palácio do Planalto na
reforma tributária na Câmara e
previdenciária no Senado.
Na tributária, o partido só vota a
CPMF se a arrecadação for partilhada com Estados e municípios.
Na previdenciária, os senadores
querem derrubar a contribuição
de inativos e atenuar as regras de
transição. Na próxima semana, o
PMDB vai patrocinar uma mobilização nacional dos prefeitos do
partido, que irão a Brasília para
pressionar na tributária.
O objetivo da ofensiva é levar o
governo a antecipar a reforma ministerial e o PT a acertar um acordo político com o PMDB em torno das eleições municipais de
2004. O governo federal tenta impedir a filiação de Garotinho e
promete acelerar o atendimento
dos pleitos do partido.
Garotinho, em litígio com o
PSB, estava praticamente filiado
ao PDT. O anúncio oficial estava
marcado para terça, mas foi cancelado devido às negociações com
Leonel Brizola terem emperrado.
Imediatamente, o presidenciável
derrotado por Lula procurou os
peemedebistas Moreira Franco e
Sérgio Cabral, demonstrando interesse em ingressar no partido.
Houve acerto com a seção fluminense da sigla. Anteontem, Garotinho conversou com o presidente do PMDB, Michel Temer
(SP). Disse que não causaria problema à relação do partido com o
governo e que seu interesse era ter
uma grande legenda para tratar
dos interesses do Rio. Iria acompanhado de sua mulher, a governadora Rosinha Matheus (PSB-RJ), e de 11 deputados federais.
Ontem à noite, Garotinho jantaria na casa do senador Ney Suassuna (PB) com Temer e os líderes
do partido no Senado, Renan Calheiros (AL), e na Câmara, Eunício Oliveira (CE). Pretendia acertar os detalhes de sua filiação.
Mas o grande empecilho para
Garotinho é o Planalto, que interpretou a tentativa de filiação como uma chantagem do PMDB
para obter benefícios do governo.
Havia mesmo quem defendesse
tratar o partido "a pão e água",
com a alegação de que a sigla "não
tem para onde correr" se não
apoiar o governo.
O problema é o mapa das votações da reforma previdenciária. O
PMDB só votou o texto principal
depois que o deputado Jader Barbalho (PA) fez um apelo à bancada reunida minutos antes da votação. Na votação dos inativos, os
38 votos dados pelo PMDB asseguraram a aprovação.
Texto Anterior: Líderes acertam prazos da tributária Próximo Texto: Estados pressionam Senado na tributária Índice
|