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São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 2003

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Garotinho discute filiação ao PMDB

RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
OTÁVIO CABRAL
DO PAINEL, EM BRASÍLIA

O PMDB abriu negociações para filiar o secretário da Segurança Pública do Rio, Anthony Garotinho, e ameaça votar contra os interesses do Palácio do Planalto na reforma tributária na Câmara e previdenciária no Senado.
Na tributária, o partido só vota a CPMF se a arrecadação for partilhada com Estados e municípios. Na previdenciária, os senadores querem derrubar a contribuição de inativos e atenuar as regras de transição. Na próxima semana, o PMDB vai patrocinar uma mobilização nacional dos prefeitos do partido, que irão a Brasília para pressionar na tributária.
O objetivo da ofensiva é levar o governo a antecipar a reforma ministerial e o PT a acertar um acordo político com o PMDB em torno das eleições municipais de 2004. O governo federal tenta impedir a filiação de Garotinho e promete acelerar o atendimento dos pleitos do partido.
Garotinho, em litígio com o PSB, estava praticamente filiado ao PDT. O anúncio oficial estava marcado para terça, mas foi cancelado devido às negociações com Leonel Brizola terem emperrado. Imediatamente, o presidenciável derrotado por Lula procurou os peemedebistas Moreira Franco e Sérgio Cabral, demonstrando interesse em ingressar no partido.
Houve acerto com a seção fluminense da sigla. Anteontem, Garotinho conversou com o presidente do PMDB, Michel Temer (SP). Disse que não causaria problema à relação do partido com o governo e que seu interesse era ter uma grande legenda para tratar dos interesses do Rio. Iria acompanhado de sua mulher, a governadora Rosinha Matheus (PSB-RJ), e de 11 deputados federais.
Ontem à noite, Garotinho jantaria na casa do senador Ney Suassuna (PB) com Temer e os líderes do partido no Senado, Renan Calheiros (AL), e na Câmara, Eunício Oliveira (CE). Pretendia acertar os detalhes de sua filiação.
Mas o grande empecilho para Garotinho é o Planalto, que interpretou a tentativa de filiação como uma chantagem do PMDB para obter benefícios do governo. Havia mesmo quem defendesse tratar o partido "a pão e água", com a alegação de que a sigla "não tem para onde correr" se não apoiar o governo.
O problema é o mapa das votações da reforma previdenciária. O PMDB só votou o texto principal depois que o deputado Jader Barbalho (PA) fez um apelo à bancada reunida minutos antes da votação. Na votação dos inativos, os 38 votos dados pelo PMDB asseguraram a aprovação.


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