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Glauber filmou na cidade
DO ENVIADO ESPECIAL
Hildegardo Cordeiro, especialista autodidata na história das
imagens do santuário de Monte
Santo, guarda num nicho especial
uma imagem da madona que
criou em 1963, no santuário de
Monte Santo. Era aquela imagem
que ele esculpia quando conheceu
Glauber Rocha. O diretor estava
na cidade para fazer "Deus e o
Diabo na Terra do Sol" (1964).
Cordeiro tinha à época 27 anos
(hoje tem 65) e acabou passando
para a frente das câmeras. Fez
uma ponta no filme, como o noivo que é emasculado e espancado
na cerimônia de casamento.
"Glauber às vezes explodia, xingava todo mundo. Noutras vezes,
se isolava, e ninguém conseguia
tirá-lo daquele estado", lembra.
No filme, Glauber usa a subida
ao Monte Santo como ponto de
virada na vida do sertanejo Manoel. Ele sobe o calvário carregando uma pedra, assiste à matança
dos seguidores do líder religioso e
converte-se em cangaceiro para
"desarrumar o arrumado".
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