São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 2005

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Entrega de representação contra Severino vira espetáculo para mídia

FÁBIO ZANINI
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ato de entrega da representação contra Severino Cavalcanti foi um espetáculo para as câmeras.
De braços entrelaçados, cerca de 15 deputados marcharam ontem da sala da liderança do PDT para o plenário onde se realizava sessão do Conselho de Ética.
No percurso, realizado entre 16h13 e as 16h21, pararam duas vezes para serem mais bem fotografados e filmados.
Os pedidos de cinegrafistas para que se posicionassem bem irritaram Fernando Gabeira (PV-RJ). "Vocês precisam parar de mandar em nós!"
A chegada ao Conselho foi tumultuada e gerou protestos. Os deputados de oposição, acompanhados de dezenas de jornalistas, invadiram a sessão, que ouvia o depoimento do ex-ministro Eduardo Campos (PSB-PE), testemunha de defesa do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil).
"Levei um susto com essa confusão, de repente", disse a deputada Angela Guadagnin (PT-SP).

Constrangimento
Os deputados se sentaram. O presidente do PPS, Roberto Freire (PE), pediu a palavra. "Estamos tomando essa atitude com certo constrangimento, mas não tivemos outra alternativa a não ser criar esse fato político", disse.
A entrega da representação diretamente ao presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), é incomum.
Normalmente, a ação é protocolada na secretaria do órgão. "Mas a orgia talvez seja mais satisfatória se feita aqui, no meio da sessão", disse, irritado, o relator do processo contra Dirceu, Júlio Delgado (PSB-MG).
O depoimento do ex-ministro de Ciência e Tecnologia Eduardo Campos ficou suspenso por quase meia hora.


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