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Entrega de representação contra Severino vira espetáculo para mídia
FÁBIO ZANINI
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ato de entrega da representação contra Severino Cavalcanti foi
um espetáculo para as câmeras.
De braços entrelaçados, cerca
de 15 deputados marcharam ontem da sala da liderança do PDT
para o plenário onde se realizava
sessão do Conselho de Ética.
No percurso, realizado entre
16h13 e as 16h21, pararam duas
vezes para serem mais bem fotografados e filmados.
Os pedidos de cinegrafistas para
que se posicionassem bem irritaram Fernando Gabeira (PV-RJ).
"Vocês precisam parar de mandar em nós!"
A chegada ao Conselho foi tumultuada e gerou protestos. Os
deputados de oposição, acompanhados de dezenas de jornalistas,
invadiram a sessão, que ouvia o
depoimento do ex-ministro
Eduardo Campos (PSB-PE), testemunha de defesa do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil).
"Levei um susto com essa confusão, de repente", disse a deputada Angela Guadagnin (PT-SP).
Constrangimento
Os deputados se sentaram. O
presidente do PPS, Roberto Freire
(PE), pediu a palavra. "Estamos
tomando essa atitude com certo
constrangimento, mas não tivemos outra alternativa a não ser
criar esse fato político", disse.
A entrega da representação diretamente ao presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), é
incomum.
Normalmente, a ação é protocolada na secretaria do órgão.
"Mas a orgia talvez seja mais satisfatória se feita aqui, no meio da
sessão", disse, irritado, o relator
do processo contra Dirceu, Júlio
Delgado (PSB-MG).
O depoimento do ex-ministro
de Ciência e Tecnologia Eduardo
Campos ficou suspenso por quase
meia hora.
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