DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PT usou recursos do Fundo Partidário para bancar, no ano passado, cinco viagens da mulher do então presidente nacional do partido, José Genoino. Rioco Kayano acompanhou Genoino numa "missão partidária" de dez dias à China.
A passagem para a Ásia custou R$ 22,8 mil de uma das três contas do PT que movimenta recursos do fundo -formado principalmente por recursos públicos.
O PT também pagou passagens de Luis Favre, marido da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy e funcionário do publicitário Duda Mendonça, e do ex-tesoureiro nacional do partido, Delúbio Soares, numa viagem a Madrid, na Espanha, em fevereiro de 2004. Cada passagem custou R$ 9,7 mil.
Os dados constam da prestação de contas entregue pelo PT ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). No último domingo, reportagem de "O Estado de S. Paulo" revelou que parentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, viajaram a Brasília entre dezembro de 2002 e janeiro de 2003 para acompanhar a posse do presidente. As passagens teriam sido pagas também com dinheiro do fundo partidário.
A direção nacional do PT informou que o atual tesoureiro da sigla, José Pimentel, falará sobre as viagens após analisar os documentos da prestação de contas do partido nos anos de 2003 e 2004.
A assessoria do PT não soube dizer quando isso seria possível.
A Folha procurou Rioco, por telefone, em sua casa em São Paulo entre o início da tarde e o começo da noite de ontem. Seu filho, que atendia as ligações, informou que ela participava de um trabalho voluntário na periferia da cidade e estava incomunicável.
Técnicos do TSE disseram ontem que há indícios de que os gastos com as passagens da mulher de Genoino e os gastos com o transporte dos familiares das autoridades petistas são irregulares.
Segundo texto divulgado pelo PT à época, a viagem de Rioco e Genoino à China tratou-se de uma "missão partidária".
(RUBENS VALENTE E SILVANA DE FREITAS)

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