São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 2005

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Aprovação a presidente cai 10 pontos em 2 meses

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva atingiu o pior nível desde a sua posse, em janeiro de 2003, segundo pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem. A aprovação do desempenho pessoal do presidente caiu de 59,9% em julho para 50% em setembro.
O número de brasileiros que desaprovam o desempenho de Lula aumentou de 30,2% para 39,4%. Considerada a queda dos que aprovam e o aumento dos que desaprovam, o presidente perdeu 19 pontos percentuais desde julho.
A pesquisa, realizada entre 6 e 8 de setembro em 194 cidades de 24 Estados, também apontou que, pela primeira vez, o atual governo foi considerado mais corrupto do que o anterior. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Em julho, 40,3% dos entrevistados avaliaram positivamente o governo e em setembro, 35,8%. O número dos que têm uma avaliação negativa do governo subiu de 20% para 24%.
De acordo com o presidente da Sensus e coordenador da pesquisa, Ricardo Guedes, 50% de avaliação pessoal positiva é um ponto crítico para um político. Segundo ele, um candidato com menos de 50% de aprovação pessoal tem chances mínimas de se eleger.
Outro salto revelado pela pesquisa foi na percepção de corrupção no governo. Considerando os que acham que a corrupção no governo Lula aumentou muito e os que acham que aumentou um pouco, houve um aumento de 14,2% desde julho. Na pesquisa anterior, 20,2% disseram que a corrupção aumentou muito. Desta vez foram 35,9%.
Em julho, 26,7% dos entrevistados disseram que a corrupção no atual governo era maior do que no governo de Fernando Henrique Cardoso, mas o número dos que consideravam o governo Lula menos corrupto do que o anterior era maior, 31,4%. Desta vez os números se inverteram. 48,9% disseram que atualmente a corrupção é maior e 16,8%, que é menor.
Também cresceu de 12% para 13,5% o número de brasileiros que acreditam que os casos de corrupção que têm sido noticiados estão mais vinculados ao presidente Lula. Dos entrevistados, 39,1% acreditam que os casos estão mais vinculados ao PT e 24,2% acham que estão mais ligados ao Congresso. Sobre os discursos do presidente, 31% disseram que acreditam no que ele fala, 38,9% que não acreditam e 26% acreditam em parte.
O número dos que confiam na economia nos próximos seis meses caiu de 45,6% para 41,2% e dos que não confiam aumentou de 46,8% para 48,6%. Para 34,9% a política econômica está no rumo certo. Antes eram 40,2%.
Lula perdeu pontos em todas as simulações de primeiro e segundo turno para as eleições do ano que vem.Ele fica à frente de todos os candidatos, mas há a necessidade de ter o segundo turno. Nestas simulações, ele ganha dos candidatos e em apenas um caso, com o atual prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), há empate técnico (veja quadro abaixo). (CLÁUDIA DIANNI)

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