UOL

São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PT é coerente ao propor punições, afirma cientista

DA REDAÇÃO

Ao punir os radicais, o PT é coerente ao que apresentou à sociedade na campanha de 2002.
Com a análise, o cientista político da UFMG Carlos Ranulfo rebate o principal argumento dos parlamentares ameaçados de expulsão: o de que estariam sendo coerentes às posições históricas do PT e, principalmente, seguindo as diretrizes da último encontro nacional, em 2001. "Vale mais um compromisso público do que um documento interno", defende.
Único na democracia brasileira, o debate dos radicais só ganha fôlego porque tendências, diretrizes, disciplina partidária -fluidos na maioria dos partidos- povoam o PT desde a fundação, em 80, como guarda-chuva dos progressistas de esquerda no país.
Antes fortes, as tendências internas, os "partidos dentro do partido", convivem agora em nova relação. "A distribuição de forças leva em conta realidades regionais. Não se pode mais falar em facções", diz Ranulfo.
Para Benedito Tadeu César, cientista político da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a redistribuição de poderes, que levou a sigla mais ao centro, é resultado do aumento de filiados e do voto direto para eleger os dirigentes da sigla. "A direção passou a ter as características da massa votante, que se assemelhava muito ao perfil político da sociedade." A tendência, diz ele, é que o PT "se coesione" ao centro e que os "radicalmente à esquerda ou à direita" se diluam ou sejam excluídos.
Rachel Meneguello, cientista política da Unicamp, autora de "PT - a formação de um partido", diz que a divisão é agravada no governo federal: "A pressão de interesses é bem maior, e passa agora diretamente pela dinâmica do Congresso". (FM e VA)


Texto Anterior: No Rio, petistas históricos dizem que deixarão sigla
Próximo Texto: Gabinete de Helena vira local de "romaria"
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.