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CONGRESSO
Senador cancela viagem para barrar aprovação da reeleição na Câmara
Renan articula para derrubar emenda
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Preocupado em conseguir votos para derrubar a proposta de
emenda constitucional que permite a reeleição dos presidentes
das duas Casas do Congresso, o líder do PMDB no Senado, Renan
Calheiros (AL), intensificou os
trabalhos para convencer os deputados a votar contra e até cancelou uma viagem à Europa.
O presidente da Câmara, João
Paulo Cunha (PT-SP), pretende
colocar a proposta de emenda
constitucional em votação na
próxima terça ou quarta-feira.
O objetivo é evitar que João
Paulo consiga garantir os 308 votos a favor da reeleição, o que significa um quinto dos deputados.
""A reeleição perdeu força na
Câmara. O governo demonstrou
isenção por meio do porta-voz, de
Aldo Rebelo e do próprio presidente", disse Renan, que pleiteia a
vaga do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Para ele, o principal argumento
para o que considera ""casuísmo"
era o apoio do governo. ""A reeleição já foi muito mais fácil e começa a parecer impossível."
O líder reafirmou que não desistirá da luta pelo cargo e que, mesmo diante de uma eventual vitória da emenda da reeleição, disputará na bancada o direito de ser
indicado (o nome do PMDB tem
de ser eleito no plenário).
João Paulo pretendia colocar a
emenda em votação após a aprovação da "PEC paralela" da Previdência, que o governo tem boicotado. Nesse caso, pensa em passar
na frente o projeto da reeleição.
Aliados de Renan estão convencidos de que Sarney não desistiu
da disputa, apesar das declarações
contrárias. Para eles, trata-se de
um ""recuo tático" para facilitar a
articulação de João Paulo .
Prova desse raciocínio seria o
trabalho de deputados ""sarneyzistas" para garantir os 308 votos
a favor da emenda. Nas contas
dos favoráveis, eles têm 335 votos.
Peemedebistas afirmam que,
em troca do apoio de setores do
PFL, do PP e do PTB, João Paulo
teria prometido paralisar a tramitação da reforma política. Ao líder
pefelista, José Carlos Aleluia (BA),
teria prometido pôr em votação
dois destaques à medida provisória do salário mínimo em R$ 260.
Em busca de adesão no PMDB,
teria se comprometido com o deputado Geddel Vieira Lima
(PMDB-BA) a dar prioridade à
votação sobre a tabela do Imposto
de Renda. Votar os destaques do
mínimo foi decidido em reunião
do colégio de líderes e a urgência
para a votação da tabela do IR foi
aprovada pelo plenário.
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