São Paulo, sábado, 15 de junho de 2002

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Cúpula conquista redutos de Sarney

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A cúpula do PMDB, aliada aos tucanos e com o apoio do governo, trabalhou nos últimos 15 dias para obter votos e garantir apoio à coligação com o PSDB na eleição presidencial e diz contar com 69,5% dos votos. Nos últimos dois dias, os governistas conseguiram mudar a posição de dois Estados estratégicos -Amapá e Maranhão-, liderados pelo senador José Sarney (PMDB-AP).
Magoado com a atuação do governo na derrocada da candidatura de Roseana Sarney (PFL-MA) ao Planalto, o ex-presidente é contra a coligação com o presidenciável José Serra, mas liberou seus aliados no dois Estados a participarem da convenção e votarem a favor da aliança.
No acordo, para garantir um palanque a Serra no Maranhão, a cúpula do PSDB propôs retirar a candidatura ao governo do deputado Roberto Rocha, passando a apoiar o governador José Reinaldo, que substituiu Roseana e quer continuar no Palácio dos Leões.
Rocha disse que líderes tucanos tentaram convencê-lo a deixar a disputa, mas ele se recusa. O acordo foi costurado pelo deputado José Sarney Filho com o presidente Fernando Henrique Cardoso.
Os senadores João Alberto (PMDB-MA) e Gilvam Borges (PMDB-AP) informaram ao presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), a decisão de Sarney. No entanto, o ex-deputado Paes de Andrade, um dos líderes do grupo oposicionista, disse que os convencionais do Maranhão e Amapá votarão contra a aliança. Ontem, Sarney declarou que "não há hipótese nenhuma de a família Sarney apoiar" Serra: "Acho que não tem acordo nenhum. E, se tivesse, eu não concordaria".
Segundo Temer, a vitória da corrente governista do PMDB será "consagradora", superando os 63% dos votos que ele conseguiu quando foi eleito presidente do partido no ano passado.
Segundo os governistas, a tese da coligação do PMDB com os tucanos só não tem o apoio da maioria dos convencionais em Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Outros dois Estados -Rondônia e Mato Grosso- ainda estavam pendentes de solução. A negociação passava pelo apoio dos tucanos a candidatos do PMDB a governador ou a senador.



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