São Paulo, sábado, 15 de junho de 2002

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Petista "estranha" quantidade de debates

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidenciável petista, Luiz Inácio Lula da Silva, insinuou ontem que a grande quantidade de convites que tem recebido de redes de televisão para participar de debates com seus adversários deve-se à sua liderança nas pesquisas de intenção de voto.
"A Globo, a Record, a Bandeirantes, o SBT querem fazer debate. Eu às vezes fico pensando: será que é porque eu estou em primeiro lugar que tem tanto debate?", afirmou o candidato.
Assessores petistas se dizem "desconfiados" de que a quantidade de convites para debates recebida tem, na verdade, a função de dar a José Serra (PSDB) uma chance para reduzir a desvantagem nas pesquisas.
O estranhamento dos petistas aumenta quando fazem a comparação com o que ocorreu na eleição presidencial passada, quando não houve debate. Na ocasião, o presidente Fernando Henrique Cardoso não aceitou participar.
Ontem, Lula reforçou esse ponto. "Em 98, eu queria debater e não teve debate. Não tinha nem noticiário no "Jornal Nacional" [da Rede Globo". Agora que eu estou em primeiro tem tanto debate, gente... Como a nossa imprensa virou democrática...", afirmou, com ironia.
Os petistas devem decidir na semana que vem de quais debates participarão. Há certo desconforto no partido com a possibilidade de superexposição de Lula.
"Se a gente não tomar cuidado, essa eleição não vai ter tempo para campanha. Porque a quantidade de convites para debate é impressionante", disse o candidato.
Mas Lula prometeu ontem que vai participar dos debates. "Não tem problema, debate é bom."
O candidato também elogiou a "evolução nos meios de comunicação", dizendo que "não há mais espaço para repetir o que se fez em 89". Petistas atribuem a derrota para Collor naquele ano a uma edição desfavorável feita pela Rede Globo de debate entre os dois.
Lula se referiu favoravelmente à Globo ontem, no entanto. A emissora prometeu abrir espaço para todos os candidatos, inclusive com entrevistas individuais de dez minutos no "Jornal Nacional". "Essa tem sido a mais importante participação da Globo no processo eleitoral", declarou.



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