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Em Nova York, Mantega ressalta as afinidades entre petista e FHC
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
Caso seja eleito presidente, Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) não pretende mudar o atual sistema de
metas de inflação. A informação
foi dada anteontem a banqueiros
pelo assessor econômico do candidato petista em um encontro
promovido pelo banco de investimentos JP Morgan.
Mantega esteve por dois dias em
Nova York como parte do plano
do PT de acalmar Wall Street com
a perspectiva da vitória do candidato do PT à Presidência, preocupação que vem se refletindo nas
últimas avaliações dos papéis brasileiros, do risco-país e na recomendação de investimentos.
A uma platéia de analistas e investidores, à qual a imprensa não
teve acesso, Mantega disse que
Lula seria conservador em suas
primeiras medidas econômicas,
para assim poder conquistar a
confiança do mercado. A seguir,
ele ressaltou uma série de semelhanças entre as intenções do petista e a atual política econômica
da equipe do governo FHC.
Entre os pontos em comum levantados pelo assessor econômico estão o desejo de elevação do
superávit da balança comercial e a
manutenção do sistema de câmbio flutuante pelo Banco Central.
Guido Mantega descreveu ainda a
atual meta de superávit primário
como "adequada".
Ele não foi contundente sobre a
independência do Banco Central,
mas afirmou que há grande discussão interna no PT sobre o assunto. Sua opinião é que seja
mantida a capacidade de trocar o
presidente do BC num eventual
conflito com o ministro da Fazenda, para evitar o que ocorreu recentemente na Argentina.
Ressaltou, também, que sob o
petista uma meta de inflação entre 5% e 5,5% seria considerada
mais realista (a estabelecida atualmente pela equipe econômica de
FHC para 2003 é de 3,5%).
Críticas
Mas nem tudo foi exaltação às
semelhanças. Mantega defendeu,
por exemplo, a redução da dívida
externa e a implementação de reformas tributárias e da previdência social. Respondendo a uma
pergunta da platéia, disse achar
"difícil" a manutenção do atual
presidente do Banco Central, Armínio Fraga, no governo petista.
Segundo o assessor, grande parte da culpa da atual crise por que
passa a economia brasileira vem
da decisão do BC de não baixar as
taxas de juros nas últimas duas
reuniões do Copom. Para ele,
com uma meta de inflação mais
realista, teria havido espaço para
um corte da taxa Selic.
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