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São Paulo, domingo, 15 de junho de 2003

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CASO CC-5

Diretor-geral questionou o responsável pelo caso em Nova York

Carta dos EUA provoca atrito na PF

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

O ofício do Departamento de Justiça do governo americano com críticas à investigação do Brasil sobre as operações suspeitas no Banestado de Nova York provocou um choque entre o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, e o responsável pela apuração em Nova York, o delegado José Castilho.
Em carta, o procurador Michael Burke criticou falta de dados específicos (veja texto na página 16).
Lacerda, numa carta áspera, pediu esclarecimentos a Castilho -hoje afastado das investigações, cedido ao Ministério Público Federal e trabalhando com o procurador Luiz Francisco de Souza. Lacerda põe em dúvida a serenidade de Castilho no decorrer da apuração.
Em carta de 34 páginas, datada de 2 de junho, Castilho respondeu ter procedido "dentro das leis americanas". Ele anexou ofício de procuradores do distrito de Nova York com elogios à sua conduta e com um convite para prestar depoimento em um caso conduzido nos EUA.
Castilho justifica a falta de documentos para embasar o pedido de quebra de sigilo de contas pelo fato de não presidir o inquérito-mãe, que corre em Foz do Iguaçu (PR). "Sem o acesso aos elementos de prova contidos no inquérito 207/ 98, que tramita em segredo de Justiça, não me foi possível fornecer a base factual específica necessária (...) dos subsequentes pedidos de assistência judiciária, gerando, então, a dissonância sinalizada pelo teor da referida carta", escreveu.
O delegado da PF afirma que "não se pode, sob pena de injustiça, supervalorizar o conteúdo dessa carta técnica de serviço, transformando-a num incidente diplomático inexistente, pois isso desmereceria e desacreditaria" os trabalhos da sua equipe.
Sobre sua serenidade, Castilho atribui à "serenidade coletiva" a "manutenção secular da cultura da desonestidade e da corrupção desde o descobrimento do Brasil". Ele disse preferir "a impetuosidade dos revolucionários".


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