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GOVERNADORES
Ministério Público abre procedimento para apurar irregularidade no lançamento do programa de Genoino
Uso de carros públicos pelo PT é investigado
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público do Estado
de São Paulo abriu ontem dois
procedimentos investigatórios,
um na esfera cível e outro na eleitoral, para apurar o uso indevido
de carros públicos no evento de
lançamento do programa de governo de José Genoino, candidato
pelo PT à sucessão estadual.
O evento ocorreu anteontem,
no Club Homs, em São Paulo. Das
15h às 18h, pelo menos 16 carros
-na sua maioria pertencentes às
administrações regionais-, foram utilizados para transportar
correligionários ao ato político.
Entre os carros identificados, alguns por meio de fotos, estão os
das administrações regionais do
Ipiranga, do Jaçanã-Tremembé,
da Vila Prudente, da Vila Mariana
e da Casa Verde.
Esses automóveis, diferentemente dos veículos oficiais -de
chapa preta e de representação-,
destinam-se exclusivamente ao
serviço público. No caso dos de
representação, segundo promotores, a autoridade tem o direito
de usá-los.
"O evento foi um ato partidário,
não um ato oficial. Por isso, os
carros de serviço não poderiam
ter sido utilizados", afirmou o
promotor de Cidadania Sérgio
Turra, que solicitou a instauração
de um inquérito cível para apurar
a prática de improbidade administrativa (má gestão do patrimônio público).
Segundo o promotor, o objetivo
será personalizar os agentes municipais responsáveis pela prática
irregular, identificar os veículos e
levantar os possíveis prejuízos
acarretados ao município.
"Antidemocrática"
Na Justiça Eleitoral, foi instaurada uma medida investigatória para apurar a prática de possível crime pelo uso de um bem público
em favor da candidatura petista.
A determinação é baseada no
artigo 73, da lei 9.504, de 30 de setembro de 1997, que busca proteger o pleito de práticas que afetem
a igualdade de oportunidades entres os candidatos.
Segundo a lei, é proibido ceder
ou usar em benefício de candidato, partido ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta do
município. A única ressalva prevista é a realização de convenção
partidária -o que não foi o caso.
"Práticas como essas desequilibram o pleito eleitoral. Usar a máquina administrativa em atos políticos privilegia uma determinada candidatura e não é uma atitude democrática", afirmou Jorge
Augusto Morais da Silva, procurador de Justiça, designado para
trabalhar no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) durante o período da eleição.
A investigação será conduzida
pelo procurador e pelos promotores Arnaldo Hossepian Júnior, Israel Donizeti Vieira da Silva e José
Roberto Sígolo.
"Pedir desculpas à população
depois do fato ocorrido não
adianta. Vamos investigar e verificar o que ocorreu", afirmou Morais da Silva.
Tanto no procedimento cível
quanto no eleitoral, não é possível
afirmar que o investigado será o
candidato petista José Genoino.
Em primeiro lugar, os promotores irão identificar os agentes públicos responsáveis pelo uso irregular dos carros, para depois saber se a Prefeitura de São Paulo, o
partido e o candidato tinham conhecimento do fato.
Entres as punições previstas para o emprego irregular de um
bem público estão a restituição do
prejuízo causado ao município
(na esfera cível), o pagamento de
multa de até R$ 110 mil e a cassação da candidatura beneficiada
(na esfera eleitoral).
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