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ALAGOAS
Candidato à reeleição, Lessa contará com apoio de presidenciáveis na tentativa de evitar a volta do ex-presidente
Governador lança campanha "Brasil contra Collor"
XICO SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de Alagoas, Ronaldo Lessa (PSB), iniciou uma
campanha nacional e suprapartidária na tentativa de barrar a volta
do ex-presidente Fernando Collor
(PRTB), favorito na disputa estadual, ao poder. "O Brasil não pode
deixar que "a coisa" conquiste de
novo o poder", diz Lessa, que usa
como tática evitar o nome do adversário em comícios e na TV.
O desejo do candidato à reeleição é engajar artistas e políticos de
todas as tendências na sua jornada. Além de Anthony Garotinho
(PSB), que visitou Maceió na semana passada e já encarnou o espírito "anticollorido", o governador alagoano vai recorrer a todos
os presidenciáveis para que gravem depoimentos sobre o tema.
Nos seus testemunhos, já em
negociação com os comitês de
campanha, os candidatos Luiz
Inácio Lula da Silva (PT), Ciro
Gomes (PPS) e José Serra (PSDB)
não pedirão votos para Lessa, devem apenas condenar a possível
ressurreição política do ex-presidente que sofreu processo de impeachment em 1992.
Como interessa a Ciro desvincular-se da imagem de Collor, associação simbólica que o persegue desde a eleição de 1998, o ex-governador do Ceará está disposto, segundo seus assessores, a
combater o candidato do PRTB
em Alagoas, com quem o PPS está
coligado numa frente de partidos.
Entre os artistas, o governador
conta com Reginaldo Rossi, profissional de campanhas eleitorais
que o apóia neste ano nos showmícios. O astro do estilo brega já
participou de eventos pró-Collor
nos últimos anos em Maceió.
Lessa busca ainda o apoio dos
conterrâneos Djavan e Hermeto
Pascoal, e conta com a simpatia
de Fagner e Leci Brandão para a
sua empreitada. "Ou o Brasil acaba com a coisa ou "a coisa" volta de
novo para acabar com o Brasil",
diz, adaptando a velha metáfora
da saúva ao apelo da hora.
Contra a religiosidade da campanha de Collor, que apresenta
feições messiânicas e ainda tem
em frei Damião -morto em
1997- um forte "cabo eleitoral",
o governador recorre a uma espécie de exorcismo no palanque.
Um dos refrões do candidato do
PSB na campanha é "xô satanás!".
"Vamos mostrar ao povo de fé
que "a coisa" não tem nada de santo, está mais para o capeta, nada
fez por Alagoas", afirma Lessa.
A assessoria do ex-presidente
informou que a iniciativa revela o
desespero diante da derrotada
anunciada e que Collor fiscalizará
de perto eventual uso do dinheiro
público na campanha contra ele.
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