São Paulo, quinta, 15 de outubro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PÓS-ELEIÇÃO
Pefelista quer titular da Fazenda em Ministério da Economia
Jorge Bornhausen defende Malan como superministro

Juca Varella/Folha Imagem
O presidente nacional do PFL, Jorge Bornhausen, em reunião ontem



da Sucursal de Brasília

O presidente nacional do PFL, Jorge Bornhausen, defendeu ontem a criação de um superministério da Economia, que reúna os atuais ministérios da Fazenda, Planejamento, Agricultura e Indústria e Comércio.
Sugeriu que o superministro seja Pedro Malan, atual titular da Fazenda e principal condutor da política econômica do governo.
Bornhausen voltou a criticar a criação do Ministério da Produção, idéia apresentada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para concentrar a geração de emprego e os investimentos no setor produtivo.
Ele afirmou que a criação de ministérios não interessa ao ajuste fiscal. "Temos de cortar gastos, não criar despesas. Se criarmos um ministério, temos de eliminar outros três, quatro ou até seis."
Segundo ele, os atuais ministérios seriam transformados em secretarias do futuro Ministério da Economia. Essa fusão de ministérios seguiria uma tendência entre os países desenvolvidos, afirmou.
Acrescentou que a fusão dos ministérios da Fazenda e do Planejamento evitaria o surgimento de divergências entre a equipe econômica. "Quando governador, eu reparti a Fazenda e o Planejamento. Com isso, abri divergências na equipe", comentou.
A proposta de Bornhausen faz parte da disputa por espaço político entre PFL e PSDB no segundo mandato de FHC. Os pefelistas temem um fortalecimento dos tucanos, que podem ficar com o futuro Ministério da Produção.
A proposta do pefelista não é nova. Durante o governo Fernando Collor, do qual Bornhausen foi secretário de Governo, houve um Ministério da Economia.
Bornhausen afirmou, porém, que a reforma ministerial "não está na pauta do governo". Disse que o assunto deve ser retomado em fevereiro do próximo ano.
Até lá, o governo trataria da reforma da Previdência, do ajuste fiscal e da fidelidade partidária.
O líder do governo em exercício, Ronaldo Cezar Coelho (PSDB-RJ), voltou a defender ontem a criação do Ministério do Desenvolvimento Urbano, que reuniria as áreas de saneamento e transporte urbano. Seria a reedição de um ministério criado no governo Sarney.
Cezar Coelho acrescentou, porém, que o ministério precisaria contar com a Caixa Econômica Federal como agente financeiro, para financiar os seus projetos.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.