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REVISÃO SOCIAL
"Não podemos enfraquecer a universidade pública", diz Genoino
PT ataca Fazenda e defende o
ensino universitário gratuito
RANIER BRAGON
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do PT, José Genoino, afirmou ontem que o partido
é contra o fim da universidade
gratuita e a adoção da focalização
nos gastos sociais, dois dos principais pontos divulgados anteontem pelo Ministério da Fazenda
em documento que tem como objetivo apresentar um roteiro para
uma reforma no gasto social.
Segundo o presidente do PT, o
partido "tem posição histórica
contrária a esses dois pontos" e
vai para o debate com o governo
"defendendo esse enfoque".
"Não podemos enfraquecer a
universidade pública. Além disso,
pode haver assistência social com
determinado foco, mas isso não
pode prejudicar o caráter universal das políticas públicas", disse
Genoino. A posição do presidente
do PT representa uma das poucas
manifestações contrárias que a ala
majoritária da legenda faz à condução do governo Luiz Inácio Lula da Silva, que pertence à essa ala.
Segundo Genoino, as outras
questões, como uma possível redução no percentual de dedução
com saúde e educação no Imposto de Renda da Pessoal Física, podem ser debatidos pela Executiva
nacional, que vem preparando
uma avaliação do governo Lula a
ser fechada na última reunião do
ano, em meados do próximo mês.
O presidente do PT considera
que o documento da Fazenda não
representa uma posição final do
governo, e sim um elemento para
o debate: "O PT encara o texto como uma contribuição para o debate, uma sugestão. No PT e no
governo, vamos opinar com os
enfoques que defendemos". Apesar das ressalvas, Genoino disse
que "o documento traz contribuição importante ao retratar uma
situação social injusta".
O documento da Fazenda, intitulado "Gasto Social do Governo
Central", tem 47 páginas e sua íntegra pode ser consultada no site
www.fazenda.gov.br. Sob a justificativa de que os ricos se apropriam da grande fatia dos gastos
públicos, o documento ataca o financiamento das universidades
federais, as deduções com educação e saúde no Imposto de Renda
e a universalização dos gastos públicos -que é o direcionamento
a toda a população, indiscriminadamente, dos recursos. A focalização é a canalização dos gastos
nos estratos mais necessitados.
O deputado federal Alberto
Goldman (SP), um dos vice-líderes do PSDB, defendeu o documento: "O diagnóstico está certo,
mas o governo tem que tirar conclusões práticas. Durante esse
ano, foram priorizadas as reformas da Previdência e tributária,
mas não pode ser só isso".
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