DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O advogado Francisco Scapatício negou ter negociado com o juiz João Carlos da Rocha Mattos despachos favoráveis a seu cliente José Roberto Eleutério, o Lobão. "Não teve negócio nenhum com o juiz. Pedido de restituição é corriqueiro, normal", afirmou.
Falando também em nome do filho, Emerson, o advogado negou ainda que tenha havido acertos para entregar um suposto pagamento por conta dos despachos judiciais em benefício de Lobão. "Se é tratativa de pagamento, de dinheiro, só pode ser honorário."
Alberto Toron, advogado do juiz, disse desconhecer qualquer tipo de ligação de seu cliente com negócios relacionados a Lobão.
"Isso não é objeto dos processos que estão no TRF [da 3ª Região, no qual tramitam denúncias contra Rocha Mattos]. Ele não foi denunciado por isso [corrupção], mas por formação de quadrilha", disse Toron, ontem à tarde.
Na ocasião, desconhecia que seu cliente, no dia anterior, fora denunciado pelo Ministério Público por corrupção passiva.
O juiz Ali Mazloum se negou a dar entrevista, pois está "em fase de defesa em relação à denúncia" que tramita contra ele no TRF, na qual é acusado de formação de quadrilha. Sugeriu entrar em contato com seu advogado, Antonio Claudio Mariz de Oliveira, que não respondeu aos recados até a conclusão desta edição.
Quando a Operação Anaconda veio a público, Mazloum negou ter agido com "abuso de poder" para obter a totalidade das gravações feitas pela Polícia Rodoviária Federal durante as investigações relacionadas a Lobão. "Atuei dentro dos limites da lei", declarou.


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