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JUSTIÇA
Defesa afirma que vai recorrer
Hildebrando é condenado a mais 25 anos de prisão
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-deputado Hildebrando
Pascoal, do Acre, foi condenado
ontem a 25 anos e meio de prisão
em processo no qual é acusado de
ter mandado matar o policial civil
Valter José Ayala, em 1997.
O julgamento, que durou sete
dias e terminou às 5h30 de ontem,
foi realizado em Brasília, sob o comando da juíza da 10ª Vara Federal, Maria de Fátima de Paula. O
Ministério Público temia pressão
sobre os jurados se fosse no Acre.
Esse é um dos processos criminais a que o ex-deputado responde. Ele já foi condenado em alguns, mas recorreu da sentença.
É acusado de envolvimento
com o narcotráfico, de ter comandado o crime organizado em seu
Estado e de ter liderado grupo de
extermínio que serrou os membros de pelo menos uma vítima.
O mandato de deputado foi cassado em 1999, por quebra de decoro parlamentar, após investigações sobre o crime organizado no
Acre. Ele está preso desde então.
Pascoal assistiu a todo o julgamento algemado. Ao depor, negou que tenha sido o mandante
do assassinato e atribuiu a acusação a perseguições políticas. Ao final, disse que o resultado era injusto. Os seus advogados disseram que irão recorrer.
"O meu cliente nega a autoria, e
não há nenhuma prova de que foi
o mandante, a não ser depoimentos de réus e testemunhas que colaboraram com a Justiça", disse o
advogado Pedro Castelo Branco.
Em tese, esse processo ainda
pode chegar a outras duas instâncias, o STJ (Superior Tribunal de
Justiça) e o STF (Supremo Tribunal Federal).
Ayala foi morto com três tiros
na cabeça, dentro de um ônibus
em Rio Branco. A vítima prestaria
depoimento à comissão do Ministério da Justiça que apurava o
crime organizado no Estado. Segundo o Ministério Público, o policial pretendia revelar o funcionamento do grupo de extermínio
que seria liderado por Pascoal.
Pascoal foi condenado por homicídio qualificado (crime hediondo), formação de quadrilha e
tentativa de impedir investigação
do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana. Ele já
cumpre outras penas de prisão: 16
anos por associação ao tráfico, 14
por compra de votos e quatro por
crime contra o sistema financeiro.
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