São Paulo, quarta-feira, 16 de março de 2005

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JUSTIÇA

Defesa afirma que vai recorrer

Hildebrando é condenado a mais 25 anos de prisão

SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-deputado Hildebrando Pascoal, do Acre, foi condenado ontem a 25 anos e meio de prisão em processo no qual é acusado de ter mandado matar o policial civil Valter José Ayala, em 1997.
O julgamento, que durou sete dias e terminou às 5h30 de ontem, foi realizado em Brasília, sob o comando da juíza da 10ª Vara Federal, Maria de Fátima de Paula. O Ministério Público temia pressão sobre os jurados se fosse no Acre.
Esse é um dos processos criminais a que o ex-deputado responde. Ele já foi condenado em alguns, mas recorreu da sentença.
É acusado de envolvimento com o narcotráfico, de ter comandado o crime organizado em seu Estado e de ter liderado grupo de extermínio que serrou os membros de pelo menos uma vítima.
O mandato de deputado foi cassado em 1999, por quebra de decoro parlamentar, após investigações sobre o crime organizado no Acre. Ele está preso desde então.
Pascoal assistiu a todo o julgamento algemado. Ao depor, negou que tenha sido o mandante do assassinato e atribuiu a acusação a perseguições políticas. Ao final, disse que o resultado era injusto. Os seus advogados disseram que irão recorrer.
"O meu cliente nega a autoria, e não há nenhuma prova de que foi o mandante, a não ser depoimentos de réus e testemunhas que colaboraram com a Justiça", disse o advogado Pedro Castelo Branco.
Em tese, esse processo ainda pode chegar a outras duas instâncias, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) e o STF (Supremo Tribunal Federal).
Ayala foi morto com três tiros na cabeça, dentro de um ônibus em Rio Branco. A vítima prestaria depoimento à comissão do Ministério da Justiça que apurava o crime organizado no Estado. Segundo o Ministério Público, o policial pretendia revelar o funcionamento do grupo de extermínio que seria liderado por Pascoal.
Pascoal foi condenado por homicídio qualificado (crime hediondo), formação de quadrilha e tentativa de impedir investigação do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana. Ele já cumpre outras penas de prisão: 16 anos por associação ao tráfico, 14 por compra de votos e quatro por crime contra o sistema financeiro.


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