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PREVIDÊNCIA
Governo não queria inclusão de categorias no subteto salarial do Judiciário
Planalto é derrotado em votação da PEC paralela
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo sofreu ontem, por
maioria esmagadora, uma derrota na votação dos destaques da
chamada PEC (Proposta de
Emenda Constitucional) paralela
da reforma da Previdência.
Contrariando orientação do Palácio do Planalto, 399 deputados,
incluindo muitos da base governista, votaram pela inclusão de
delegados de polícia, auditores
tributários estaduais, advogados e
defensores públicos no subteto
salarial do Judiciário.
Na prática, essas categorias agora poderão ganhar o mesmo que
ganham os desembargadores, ou
seja, 90,25% do salário de um ministro do STF (Supremo Tribunal
Federal), que atualmente é de R$
19.115. Tramita na Câmara dos
Deputados um projeto que elevaria esse valor para R$ 21,5 mil, ainda neste ano, e para R$ 24,5 mil,
em 2006.
Atualmente, delegados, advogados públicos e fiscais tributários
têm como teto o vencimento dos
governadores, que é fixado pela
Assembléia Legislativa e é geralmente menor que o teto do Poder
Judiciário.
O líder do governo, Professor
Luizinho (PT-SP), fez um apelo
aos deputados para que não comprometessem as finanças dos Estados, que são os responsáveis por
pagar os salários das categorias
beneficiadas ontem. Em vão.
Nem o PT votou contra, decidindo liberar o voto.
Outros partidos aliados, como
PC do B, PP, PTB e PSB, recomendaram voto a favor do destaque,
sob o argumento de que é preciso
valorizar a carreira de delegado,
profissional que vive sob risco
constante.
O PV e o PL, que também possuem ministérios, liberaram o voto. No final, apenas 13 deputados
votaram contra a PEC paralela da
reforma da Previdência, e houve
11 abstenções.
"Esse projeto não afeta a União,
afeta os Estados. Desatrela o delegado dos planos de carreira de policiais militares, criando uma situação de conflito com a polícia
civil", afirmou Luizinho.
Ele afirmou que a derrota é bastante negativa, apesar de não afetar o cerne da proposta. A PEC
paralela é fruto de um acordo firmado quando da votação da reforma previdenciária para amenizar seus efeitos para os servidores
públicos.
A matéria ainda tem de ser votada em segundo turno. Ontem, outros dois destaques foram apreciados pelos deputados. Um restabelece a idade compulsória de
aposentadoria de professores universitários para 70 anos, contra 75
do relatório.
Outro abre a possibilidade de
donas de casa se aposentarem
com 30 anos de contribuição. A
votação deve prosseguir hoje.
Ainda há cinco destaques para serem votados. Depois de votada
em segundo turno, a proposta
volta ao Senado, que poderá confirmar ou não as alterações feitas
pelos deputados.
(FÁBIO ZANINI)
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