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SOMBRA NO TUCANATO
Depoimento em Brasília deverá ocorrer na próxima semana
Marin e Ricardo Sérgio vão
depor na CPI do Banespa
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CPI do Banespa convocou ontem os empresários Ricardo Sérgio de Oliveira e Gregorio Marin
Preciado para prestarem depoimento na semana que vem, em
Brasília.
Ricardo Sérgio é ex-diretor do
Banco do Brasil e ex-arrecadador
de fundos para campanhas do
presidenciável tucano, José Serra,
e do presidente Fernando Henrique Cardoso.
A CPI acredita que ele participou de negócios com o Banespa
que precisam ser esclarecidos.
Gregorio Marin foi membro do
Conselho de Administração do
Banespa, de 1983 a 1987, e teve um
terreno em sociedade com o pré-candidato à Presidência José Serra em São Paulo.
"Essas pessoas precisam dar explicações sobre os negócios que tiveram com o Banespa e foram
convocadas", diz o presidente da
CPI, o deputado Luiz Antônio
Fleury Filho (PTB-SP), que foi governador de São Paulo (91-94).
Foram convocados para depor
também as seguintes pessoas: Vidal dos Santos Rodrigues, Antonio Diamantino Rodrigues, Roberto Visneviski e Ronaldo de
Souza. O requerimento de convocação foi assinado pelo relator da
CPI do Banespa, deputado Robson Tuma (PFL-SP).
O que chamou a atenção na
convocação de ontem foi a inclusão do nome de Gregorio Marin
Preciado. Ele é casado com uma
prima de José Serra. Além disso,
teve um terreno em sociedade
com o tucano, de 81 a 95, no Morumbi, bairro nobre da cidade de
São Paulo.
Gregorio Marin e Serra venderam o terreno em 25 de abril de
1995, mas registraram a operação
num cartório de imóveis somente
em 19 de setembro daquele ano,
quando receberam o pagamento
total pela venda.
O Banco do Brasil tinha uma dívida para receber de Marin e decidiu arrestar o bem em maio de
1995. A decisão foi protocolada na
Justiça em 25 de julho, mas resultou nula por causa da venda.
Banespa
A CPI do Banespa foi instalada
no ano passado, com o apoio de
partidos de esquerda, com o objetivo de investigar a má gestão na
instituição, que culminou com a
intervenção federal em 31 de dezembro de 1994.
O banco ficou sob administração federal até 2000, quando foi
leiloado e adquirido pelo banco
espanhol Santander.
O interesse da esquerda é comprovar, principalmente, que o
processo de privatização do banco foi mal conduzido pelo governo, que a instituição foi subavaliada. Já o deputado Fleury quer
provar que, se houve erro, má-fé
ou irregularidades na gestão do
banco, isso ocorreu em administrações anteriores ao seu governo.
Assim que a comissão foi instalada, o governo mobilizou sua base no Congresso para tentar esvaziar a CPI. A comissão não foi desfeita, mas até agora não apresentou nenhum fato concreto de irregularidade.
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