São Paulo, sábado, 16 de maio de 1998

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BAHIA
Soldados são intimidados com ameaças

da Agência Folha, em Salvador

O comando da PM baiana "intimida" os soldados descontentes com os salários com ameaça de expulsão de policiais da corporação, sob a alegação de indisciplina.
A afirmação é do presidente da Associação de Cabos e Soldados do Estado, Oscar Pires, expulso da PM há seis meses, depois da realização de assembléias para votar indicativo de greve.
Segundo o comandante da Polícia Militar na Bahia, coronel Antonio de Souza Filho, não há exclusões arbitrárias. "A polícia deve trabalhar na defesa da sociedade e não contra ela. O que estamos fazendo é moralizar a corporação, excluindo soldados sem condições de assumir suas funções."
Neste ano houve 198 exclusões de PMs acusados de envolvimento em crimes. "Somos favoráveis à demissão de policiais envolvidos em crime, mas o comando está expulsando soldados que cumprem bem a função apenas por questões políticas", disse Pires.
Segundo ele, 70% das exclusões foram motivadas por repercussão na mídia. "Se a opinião pública fica contra um PM que matou um marginal em serviço, o comando logo providencia sua expulsão."
Embora insatisfeita com os salários, a PM baiana não deve entrar em greve, diz a associação. A PM dispõe de 24 mil praças e oficiais na Bahia. Segundo Pires, os salários dos praças variam de R$ 450 a R$ 600, incluindo gratificações.



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