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PROTESTO
Entidade realizará ato contra administração de FHC no dia 20 em Brasília e cadastrará desempregados
CUT planeja invasão de sedes de governo
PATRÍCIA ANDRADE
da Reportagem Local
A CUT (Central Única dos
Trabalhadores)
vai desencadear
uma onda de
protestos contra
o governo Fernando Henrique Cardoso a partir
do dia 20 deste mês.
Um dos planos é espalhar postos
de cadastramento de desempregados nas principais cidades brasileiras. O objetivo é mobilizá-los
para a participação em manifestações públicas contra a política econômica do governo. Entre os atos
previstos pela CUT, estão a invasão de palácios de governos estaduais, cercos a prefeituras e acampamentos em praças públicas.
A central quer instalar um desses
centros de cadastramento em
frente à sede da Fiesp (Federação
das Indústrias de São Paulo), na
avenida paulista, coração financeiro da cidade. "Será um gesto
simbólico", diz o presidente da
CUT-SP, José Lopez Feijó.
"Queremos acordar o governo e
a sociedade para o problema do
desemprego e da fome. Só vamos
conseguir chamar a atenção por
meio de manifestações nas ruas",
acredita o secretário-geral da CUT
nacional, João Antonio Felício.
Brasília
A largada para a série de protestos contra o governo vai ser dada
na próxima quarta-feira, dia 20.
Uma manifestação - organizada pela CUT, em conjunto com o
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), CMP
(Central de Movimentos Populares) e MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) - pretende
reunir pelo menos 30 mil pessoas
em Brasília.
Os manifestantes chegarão à capital em cinco caravanas de ônibus que saíram de todas as regiões
do Brasil no dia 10 deste mês.
Além dessas caravanas, desembarcarão em Brasília cerca de dois
mil desempregados. A CUT calcula ainda que apenas de São Paulo
partirão mais de cem ônibus.
Segundo dados da CMP, pelo
menos 36 ônibus com manifestantes ligados aos movimentos populares também chegarão à capital.
A partir do dia 17 serão organizados acampamentos de sem-teto,
sem-terra e desempregados em
uma área próxima à Esplanada
dos Ministérios.
No dia 18, o grupo encaminhará
ao Ministério Público denúncias
contra o governo do presidente
Fernando Henrique.
O protesto da quarta-feira será
iniciado com um debate sobre cidadania na Esplanada. Em seguida, os manifestantes caminharão
até o local -ainda não definido-
onde será realizado um ato, às 17h,
com a presença de líderes do MST,
CMP, CUT e partidos de esquerda.
Segundo a central, já estão confirmadas as presenças de Vicente
Paulo da Silva, presidente da entidade, Luiz Inácio Lula da Silva,
pré-candidato do PT à Presidência
da República, e João Pedro Stedile,
da direção nacional do MST.
Para o dia 21, o grupo programa
a entrega de uma pauta de reivindicações contra o desemprego ao
presidente. Um pedido de audiência foi encaminhado na quarta-feira ao Palácio do Planalto.
Os dirigentes da CUT esperam
que o ato em Brasília tenha impacto semelhante ao da chegada da
marcha dos sem-terra em 17 de
abril do ano passado.
A expectativa da entidade é de
que esse ato seja o maior protesto
contra o governo FHC até agora e
que, de quebra, consiga animar os
militantes para outras atividades.
"Estamos certos de que essa
manifestação vai alavancar outros
protestos. Estamos fazendo nossas
lutas independentemente de ser
ano eleitoral. Azar do governo se é
ano eleitoral", diz Feijóo.
Cartilhas
Além dos protestos, a CUT começará a distribuir, no final de junho, 20 milhões de cartilhas para
os trabalhadores. Esses folhetos
vão trazer os perfis dos deputados
federais e senadores, revelando
como cada um deles votou no
Congresso.
Colaborou
Patricia Zorzan, da Reportagem Local
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