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OUTRO LADO
Para subordinado de Gushiken, não há irregularidade
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O diretor de Eventos da
Secom, Marco Antônio da
Silva, negou haver irregularidades por conta do fato de
sua mulher trabalhar para o
braço das empresas de Marcos Valério que cuida de
promoção de eventos.
Folha - Do ponto de vista da
ética, o sr. vê algum impedimento para que a situação se
mantenha?
Marco Antônio da Silva -
Não, pelo contrário. Minha
mulher é do mercado, sempre trabalhou com atendimento e eu nunca me meti
no trabalho dela, da mesma
forma que ela não se meteu
no meu. Não a indiquei, é
uma caminhada própria.
Folha - O sr. conhece Marcos
Valério?
Silva - Conheço.
Folha - Essa relação se dá
em torno de que contratos?
Silva - Não, não é em relação a contratos. O que ocorre é que, em razão da grande
demanda da agenda do ministro [Luiz Gushiken]... Ele
é muito solicitado e acaba dividindo os atendimentos.
Não só no caso dele, como
de outros, o atendimento é
feito dessa forma. Normalmente pedindo avaliações
conjunturais, sugestões,
campanhas.
Folha - A Secom atua nos
contratos em andamento no
Banco do Brasil, Correios...
Silva - Eu não tenho condições de responder. A gestão
do contrato é de cada órgão.
Folha - Mas a Secom não
tem que autorizar os trabalhos, isso não passa por ela?
Silva - Sim, passa.
Folha - O sr., como diretor
de Eventos, autoriza a realização de eventos?
Silva - Não, de forma alguma. A minha atuação é com
eventos da Presidência, só.
Me limito a isso. Um cuidado que eu sempre tomei, e
ela também, e a empresa
também, é que a Multi Action não prestou nenhum
serviço para as três agências
que atendem a Presidência.
Folha - Para quem ela trabalha?
Silva - Não sei. Deve trabalhar para vários eventos.
Folha - Sua mulher nunca
lhe disse para quem trabalha?
Silva - Eu evito. Minha mulher não é da política, não é
militante, não é filiada.
Folha - Como ela conheceu
Marcos Valério?
Silva - Não sei.
Folha - O ministro sabe dessa situação?
Silva - Acho que não. É
uma questão de foro pessoal.
Eu relativizei de forma primária, por ela já ser do mercado. Ela é uma pessoa ingênua em relação a essas coisas. Problemas políticos daqui eu não comento em casa.
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