São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 2005

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OUTRO LADO

Para subordinado de Gushiken, não há irregularidade

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O diretor de Eventos da Secom, Marco Antônio da Silva, negou haver irregularidades por conta do fato de sua mulher trabalhar para o braço das empresas de Marcos Valério que cuida de promoção de eventos.
 

Folha - Do ponto de vista da ética, o sr. vê algum impedimento para que a situação se mantenha?
Marco Antônio da Silva -
Não, pelo contrário. Minha mulher é do mercado, sempre trabalhou com atendimento e eu nunca me meti no trabalho dela, da mesma forma que ela não se meteu no meu. Não a indiquei, é uma caminhada própria.

Folha - O sr. conhece Marcos Valério?
Silva -
Conheço.

Folha - Essa relação se dá em torno de que contratos?
Silva -
Não, não é em relação a contratos. O que ocorre é que, em razão da grande demanda da agenda do ministro [Luiz Gushiken]... Ele é muito solicitado e acaba dividindo os atendimentos. Não só no caso dele, como de outros, o atendimento é feito dessa forma. Normalmente pedindo avaliações conjunturais, sugestões, campanhas.

Folha - A Secom atua nos contratos em andamento no Banco do Brasil, Correios...
Silva -
Eu não tenho condições de responder. A gestão do contrato é de cada órgão.

Folha - Mas a Secom não tem que autorizar os trabalhos, isso não passa por ela?
Silva -
Sim, passa.

Folha - O sr., como diretor de Eventos, autoriza a realização de eventos?
Silva -
Não, de forma alguma. A minha atuação é com eventos da Presidência, só. Me limito a isso. Um cuidado que eu sempre tomei, e ela também, e a empresa também, é que a Multi Action não prestou nenhum serviço para as três agências que atendem a Presidência.

Folha - Para quem ela trabalha?
Silva -
Não sei. Deve trabalhar para vários eventos.

Folha - Sua mulher nunca lhe disse para quem trabalha?
Silva -
Eu evito. Minha mulher não é da política, não é militante, não é filiada.

Folha - Como ela conheceu Marcos Valério?
Silva -
Não sei.

Folha - O ministro sabe dessa situação?
Silva -
Acho que não. É uma questão de foro pessoal. Eu relativizei de forma primária, por ela já ser do mercado. Ela é uma pessoa ingênua em relação a essas coisas. Problemas políticos daqui eu não comento em casa.


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