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Justiça abre processo contra a mulher do deputado Paulinho
Elza Pereira terá dez dias para se manifestar sobre as acusações; advogado diz que desconhece decisão
DA FOLHA ONLINE
A juíza Silvia Maria Rocha, da
2ª Vara Federal de São Paulo,
abriu processo contra Elza Pereira -mulher do deputado federal Paulo Pereira da Silva
(PDT-SP), o Paulinho da Força
Sindical- por suposto crime de
lavagem de dinheiro.
Ambos são investigados na
Operação Santa Tereza, deflagrada em 2007, que apura supostos desvios nos empréstimos concedidos pelo BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)
para prefeituras. Em interceptações telefônicas em uma investigação sobre exploração de
prostituição, a Polícia Federal
se deparou com conversas sobre financiamentos públicos e
reuniões com políticos.
A PF levantou indícios da
participação de Paulinho, que
chegou a enfrentar processo no
Conselho de Ética na Câmara.
Ele foi absolvido. Por conta do
foro privilegiado do deputado,
um inquérito foi aberto pelo
Supremo Tribunal Federal.
A juíza aceitou a denúncia
oferecida pelo Ministério Público Federal em aditamento
(complemento) à acusação já
feita contra outros 13 réus. Ela
deu dez dias de prazo para Elza
responder por escrito à acusação de lavagem de dinheiro .
De acordo com as investigações, Elza teria permitido a utilização da conta corrente da
ONG Meu Guri, que ela preside, para ocultar R$ 37.500, que
seria parte do dinheiro desviado dos contratos do BNDES
com a Prefeitura de Praia Grande e a rede de lojas Marisa.
O dinheiro foi depositado por
João Pedro de Moura, assessor
de Paulinho e um dos supostos
beneficiários dos recursos desviados. Moura foi denunciado
por lavagem de dinheiro.
Segundo o Ministério Público, houve fraude em financiamentos do BNDES, um de R$
130 milhões para obras da Prefeitura de Praia Grande e dois
para a rede de lojas Marisa (R$
220 milhões). Os desvios chegariam a R$ 3 milhões.
Outro lado
O advogado de Elza, Antonio
Rosella, diz que desconhece
que a Justiça tenha aceitado a
denúncia. "A juíza pode ter processado o aditamento, o que é
normal. Desconheço que ela tenha aceito a denúncia."
Rosella disse que só poderá
comentar a decisão quando tiver acesso ao despacho. "Não
conheço o despacho, não posso
falar. Tecnicamente, ela só processou o aditamento."
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