São Paulo, terça-feira, 16 de junho de 2009

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Justiça abre processo contra a mulher do deputado Paulinho

Elza Pereira terá dez dias para se manifestar sobre as acusações; advogado diz que desconhece decisão

DA FOLHA ONLINE

A juíza Silvia Maria Rocha, da 2ª Vara Federal de São Paulo, abriu processo contra Elza Pereira -mulher do deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical- por suposto crime de lavagem de dinheiro.
Ambos são investigados na Operação Santa Tereza, deflagrada em 2007, que apura supostos desvios nos empréstimos concedidos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para prefeituras. Em interceptações telefônicas em uma investigação sobre exploração de prostituição, a Polícia Federal se deparou com conversas sobre financiamentos públicos e reuniões com políticos.
A PF levantou indícios da participação de Paulinho, que chegou a enfrentar processo no Conselho de Ética na Câmara. Ele foi absolvido. Por conta do foro privilegiado do deputado, um inquérito foi aberto pelo Supremo Tribunal Federal.
A juíza aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal em aditamento (complemento) à acusação já feita contra outros 13 réus. Ela deu dez dias de prazo para Elza responder por escrito à acusação de lavagem de dinheiro .
De acordo com as investigações, Elza teria permitido a utilização da conta corrente da ONG Meu Guri, que ela preside, para ocultar R$ 37.500, que seria parte do dinheiro desviado dos contratos do BNDES com a Prefeitura de Praia Grande e a rede de lojas Marisa.
O dinheiro foi depositado por João Pedro de Moura, assessor de Paulinho e um dos supostos beneficiários dos recursos desviados. Moura foi denunciado por lavagem de dinheiro.
Segundo o Ministério Público, houve fraude em financiamentos do BNDES, um de R$ 130 milhões para obras da Prefeitura de Praia Grande e dois para a rede de lojas Marisa (R$ 220 milhões). Os desvios chegariam a R$ 3 milhões.

Outro lado
O advogado de Elza, Antonio Rosella, diz que desconhece que a Justiça tenha aceitado a denúncia. "A juíza pode ter processado o aditamento, o que é normal. Desconheço que ela tenha aceito a denúncia."
Rosella disse que só poderá comentar a decisão quando tiver acesso ao despacho. "Não conheço o despacho, não posso falar. Tecnicamente, ela só processou o aditamento."


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