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Politização marcou auge das
comunidades durante ditadura
do enviado especial
As Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) surgiram a partir das decisões do Concílio Vaticano 2º,
realizado na primeira metade da
década de 60 e que colocou como
prioridade para a igreja a "opção
preferencial pelos pobres". Hoje,
dados oficiais da CNBB indicam
que existem 70 mil CEBs no Brasil.
O número de participantes de
uma CEB varia de 30 a 200. Sua formação pode ser definida tanto por
uma região geográfica, como um
bairro, quanto por uma paróquia.
As atividades de uma CEB vão
das orações até a organização de
movimentos de luta por moradia,
creches e postos de saúde. Também é comum que elas organizem
festas nas datas religiosas.
A explosão do movimento no
Brasil foi nos anos 70 e 80, durante
o regime militar. Elas praticamente foram hegemônicas como movimento popular quando o governo
perseguia outras organizações.
O excesso de politização das
CEBs assustou o Vaticano. Dois fatores contribuíram para isso. No
Brasil, integrantes das comunidades participaram da luta pela redemocratização, dando um caráter
militante ao movimento. Um fenômeno semelhante ocorreu na
revolução sandinista da Nicarágua. Padres e líderes católicos se
transformaram em guerrilheiros.
Com o fim do regime militar, novos grupos políticos surgiram, como o Movimento dos trabalhadores Rurais Sem Terra, ocupando
um espaço que era da CEBs.
As CEBs também preocupavam
por serem muito independentes da
hierarquia. Muitas delas, distantes
das sedes das dioceses, começaram a formar seus próprios pregadores, que celebravam missas, casamentos e batizados sem a participação dos padres.
Os questionamentos do clero em
relação às CEBs acabaram por enfraquecer o movimento, que nos
últimos anos perdeu importância
para outros grupos, como a Renovação Carismática.
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