São Paulo, quinta, 16 de julho de 1998

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PRIVATIZAÇÃO
Concorrentes fazem depósito da garantia de R$ 78,49 milhões que os habilita a participar de leilão hoje
Cinco empresas podem disputar Elektro

CLÁUDIA TREVISAN
da Reportagem Local

Cinco empresas depositaram garantias para participar hoje do leilão de privatização da Elektro, que ficou com a área de distribuição de energia da Cesp (Companhia Energética de São Paulo).
A empresa deve ser disputada pela CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), Escelsa (Centrais Elétricas do Espírito Santo), EDP (Eletricidade de Portugal) e as norte-americanas Enron e GPU.
O leilão será às 9h na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). Cada uma das cinco empresas depositou garantia equivalente a R$ 78,49 milhões.
O valor representa 10% do mínimo que o vencedor do leilão terá de desembolsar na compra da empresa: R$ 743,6 milhões do preço mínimo das ações que serão vendidas hoje mais R$ 41,3 milhões relativos ao deságio de 50% nas ações que serão oferecidas aos empregados da Elektro.
Hoje, o governo do Estado vai vender 63,99% das ações ordinárias da empresa. As ações ordinárias são as que dão direito a voto. A propriedade da maioria delas define o controle da companhia.
Outros 10% de ações ordinárias serão vendidas aos empregados, num processo que só deve estar concluído em setembro.
Favorita
A CPFL, privatizada no ano passado, é vista como uma das favoritas da disputa. A empresa é controlada pelo consórcio VBC (Votorantim, Bradesco e Camargo Corrêa), que pretende se fortalecer na área energética no Estado.
Um dos principais atrativos da Elektro para a CPFL é a possibilidade de unificar a operação das duas empresas, com a consequente redução de custos.
A Folha apurou que a CPFL não acredita que haverá um ágio expressivo no leilão. Na avaliação de sua direção, o preço mínimo de R$ 734,6 milhões já é elevado.
A Elektro será a última empresa de energia elétrica a ser privatizada no atual governo, num processo conduzido pelo secretário da Energia, Andrea Matarazzo.
Até agora, foram vendidas a CPFL e a Eletropaulo Metropolitana. Matarazzo afirma que a área de geração de energia da Cesp não será privatizada neste ano.
A CPFL alcançou ágio de aproximadamente 70% e foi vendida por R$ 3,5 bilhões em 97. A Metropolitana foi vendida pelo preço mínimo, R$ 2,026 bilhões, em abril.
A Elektro atua em 228 cidades no Mato Grosso do Sul e sul, noroeste e litoral do Estado de São Paulo.
Além dos R$ 784,9 milhões do preço mínimo e do deságio dos empregados, o comprador terá de comprar as ações que não forem adquiridas pelos acionistas minoritários da Cesp.
Minoritários
Os minoritários detêm 26,01% de ações ordinárias da Cesp e poderão comprar o mesmo percentual em ações da Elektro.
O prazo para os minoritários da Cesp manifestarem o interesse pelas ações da Elektro termina em 18 de agosto. Eles terão de pagar o mesmo valor que será oferecido pelo vencedor do leilão de hoje.
As ações que não forem compradas terão de ser adquiridas pelo novo dono da Elektro.
As empresas serão representadas no leilão pelas seguintes corretoras: Bradesco (CPFL), Novação (Enron), Brascan (GPU), Real (Escelsa) e Fonte Cindam (EDP).


Colaborou João Carlos de Oliveira, editor do Painel S/A


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