São Paulo, Segunda-feira, 16 de Agosto de 1999
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OUTRA VISÃO
Segundo o Exército, crítica é ultrapassada

da Sucursal de Brasília

O Exército considera ultrapassadas as críticas de McCann ao sistema de ensino da Força. Motivo: uma reforma nos currículos praticamente extinguiu, em 96, o sistema que, na opinião do historiador norte-americano, deliberadamente tolhia a liberdade de pesquisa dos cadetes.
A "reengenharia pedagógica" no Exército impôs aos seus militares exigências típicas do mundo dos civis. Exemplo: cada vez mais conhecimentos nas áreas de informática e ciências humanas e obrigatoriedade de aprendizado de uma língua estrangeira.
Outra exigência é o plano de leituras obrigatórias, com historiadores como a norte-americana Barbara Tuchman, autora de "Os Canhões de Agosto" e "A Torre do Orgulho" -um clássico que se propõe a explicar os fatos do final do século 19, "para entender o século 20".
O principal responsável pela reengenharia foi o atual comandante da Força e ex-ministro Gleuber Vieira, 65, no período que passou à frente do Departamento de Ensino e Pesquisa do Exército (95 a 97). Ele costuma dizer que a nova estrutura de ensino é para "cuidar dos bíceps, do cérebro e do coração" dos militares.
A reforma curricular enfatiza cada vez menos a presença física nas aulas e valoriza cada vez mais a pesquisa. Valoriza também a interação com universidades civis (o Exército firmou convênios com instituições como a Unicamp) e espera que os os alunos ajam "menos pela automatização e mais pela percepção e educação" que recebem.
O ensino do Exército se divide em três áreas: a de formação e aperfeiçoamento, que se prolonga com cursos de reciclagem e de altos estudos, os cursos de especialização e a área "assistencial" -os colégios militares.


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