São Paulo, Segunda-feira, 16 de Agosto de 1999
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Produtor do Centro-Oeste quer perdão

do enviado especial a Goiânia

O caminhonaço dos agricultores mobilizou no Centro-Oeste grandes e médios produtores rurais, que decidiram assumir o controle de suas carretas para tentar aprovar o perdão de 40% das dívidas bancárias.
Eles reconhecem que ainda possuem um patrimônio apreciável, mas lamentam que tudo tenha sido hipotecado ao Banco do Brasil como garantia de pagamento.
"Quem produz alimentos não é caloteiro", afirma a faixa que o fazendeiro Eliezer Alves Carvalho, 55, colocou em sua carreta, um dos bens que integram seu patrimônio avaliado por ele próprio em R$ 4 milhões.
"Já paguei R$ 3 milhões ao banco, ainda devo mais R$ 1 milhão e não tenho como pagar." Como líder sindical, Carvalho convenceu seus colegas de Guiratinga (MT), a 350 km de Cuiabá, a participarem do protesto, dirigindo seus próprios caminhões.
Em 1995, os produtores de Guiratinga participaram do protesto organizado para rolar as dívidas do crédito rural.
"Conseguimos muito pouco e agora estamos de volta para o novo protesto", afirmou o agricultor Vilson Logrado, amigo de Carvalho.
Dono de 2.000 hectares em Sinop (norte de Mato Grosso), o agricultor Natalino Robin Piccin, 51, já percorreu 2.000 km desde quarta-feira.
O motivo, disse ele, é não perder o patrimônio de R$ 500 mil que consolidou em 27 anos de atividades agrícolas.



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