free-lance para a Folha

Metade do efetivo policial do Distrito Federal -ou 14 mil policiais- estará de prontidão por causa do caminhonaço promovido pelos agricultores, que deve chegar à capital hoje à noite.
A informação é do coronel Jair Tedeschi, coordenador de Planejamento e Operações da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.
Segundo o coronel, a polícia não permitirá que nenhum caminhão estacione na Esplanada dos Ministérios, como pretendem os manifestantes, que devem ficar em Brasília até o próximo dia 21.
O coronel informou que acertou com o vice-presidente da Confederação Nacional da Agricultura, Nury Andraus, três locais -dois deles distantes da Esplanada- onde os caminhões poderiam parar. "Na Esplanada, nenhum caminhão", disse Tedeschi.
Andraus, entretanto, nega o acordo. "Vamos estacionar em duas pistas da Esplanada e deixar as outras duas para o uso dos motoristas da cidade."
Esse mesmo procedimento foi usado pelos agricultores durante um protesto realizado em 1995.
"Quando o presidente tinha 70% (da opinião pública) a favor, estacionamos, por que agora, que ele tem 15%, não vamos estacionar?", questionou Andraus.
A polícia do Distrito Federal espera que participem da manifestação 7.500 pessoas. Mas os agricultores afirmam que o número chegará a 15 mil.

Comissões de recepção
O Sindicato dos Produtores Rurais do Distrito Federal organizou comissões de recepção que vão esperar os manifestantes em três entradas de Brasília -BR-020, BR-040 e BR-060.
Em postos de gasolina próximos à cidade, os comboios vão parar e esperar um aviso da Polícia Militar para entrar.
Andraus acredita que 2.000 caminhões, 300 máquinas niveladoras, 200 tratores e 700 caminhões de leite de todas as regiões do país chegarão à Esplanada por volta das 21h de segunda-feira.
Segundo o vice-presidente da Confederação Nacional da Agricultura, os manifestantes vão dormir em hotéis da cidade. "Mas, na terça-feira, vamos tomar café na Esplanada", afirmou.
Outro possível ponto de tensão problema para o policiamento de Brasília será a presença de cerca de 800 militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) na capital.
Os sem-terra irão fazer um protesto para pressionar o governo em mais rodada de negociações sobre a reforma agrária.
Por causa da presença dos sem-terra, o policiamento no prédio do Ministério de Política Fundiária também será reforçado.
(VALÉRIA DE OLIVEIRA)


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