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São Paulo, terça-feira, 16 de setembro de 2003

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Ameaça precede 90% das mortes, afirma relatório

DA REPORTAGEM LOCAL

O relatório "Execuções Sumárias no Brasil - 1997 a 2003", divulgado ontem em São Paulo pela ONG Justiça Global, diz que 90% das vítimas de assassinatos em conflitos agrários no país haviam sido ameaçadas anteriormente.
Nenhuma ameaça denunciada às "autoridades" resultou em investigações para apurar as responsabilidades, diz o documento.
O relatório, que analisa 349 "casos emblemáticos" de "execuções" no país foi divulgado na véspera da chegada ao Brasil da relatora especial da ONU para o assunto, Asma Jahangir.
Baseando-se em dados da CPT (Comissão Pastoral da Terra), o relatório diz que diminuiu o número de assassinatos no campo nos anos 90, pois fazendeiros "passaram a ter como alvo principal lideranças de movimentos que lutam pela reforma agrária".
Entre 1997 e 2003, diz o relatório, foram mortas 331 pessoas "ligadas à luta pela reforma agrária" -44 entre janeiro e agosto deste ano. O texto não contabiliza as oito pessoas mortas no Pará no final da semana passada.
O relatório mostra um aumento no número de índios mortos em conflitos agrários. No período analisado, foram registradas 92 mortes -19 delas nos oito primeiros meses do governo Luiz Inácio Lula da Silva.


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