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Ameaça precede 90% das mortes, afirma relatório
DA REPORTAGEM LOCAL
O relatório "Execuções Sumárias no Brasil - 1997 a 2003", divulgado ontem em São Paulo pela
ONG Justiça Global, diz que 90%
das vítimas de assassinatos em
conflitos agrários no país haviam
sido ameaçadas anteriormente.
Nenhuma ameaça denunciada
às "autoridades" resultou em investigações para apurar as responsabilidades, diz o documento.
O relatório, que analisa 349 "casos emblemáticos" de "execuções" no país foi divulgado na
véspera da chegada ao Brasil da
relatora especial da ONU para o
assunto, Asma Jahangir.
Baseando-se em dados da CPT
(Comissão Pastoral da Terra), o
relatório diz que diminuiu o número de assassinatos no campo
nos anos 90, pois fazendeiros
"passaram a ter como alvo principal lideranças de movimentos
que lutam pela reforma agrária".
Entre 1997 e 2003, diz o relatório, foram mortas 331 pessoas "ligadas à luta pela reforma agrária"
-44 entre janeiro e agosto deste
ano. O texto não contabiliza as oito pessoas mortas no Pará no final
da semana passada.
O relatório mostra um aumento
no número de índios mortos em
conflitos agrários. No período
analisado, foram registradas 92
mortes -19 delas nos oito primeiros meses do governo Luiz
Inácio Lula da Silva.
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