|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Novo governo
terá de priorizar
três reformas"
ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na opinião do presidente
Fernando Henrique Cardoso,
seu sucessor, seja quem for, deverá priorizar três reformas
que seu governo não conseguiu
concluir: a da Previdência Social, a tributária e a política.
Segundo ele, em entrevista à
Folha anteontem, a mais urgente é a da Previdência, que
"aumenta o déficit galopantemente". Disse que o seu governo "já avançou muito" nessa
reforma, mas que é "preciso
avançar mais", principalmente
na revisão do ICMS (Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, que é estadual).
Quanto à reeleição, o presidente foi enfático: "Sou favorável, fui desde a Constituinte.
Não há o que mexer". Também
em entrevista à Folha, o ministro Pedro Parente, chefe da Casa Civil, havia defendido o fim
da reeleição e um mandato
único maior do que os atuais
quatro anos. FHC foi claro: "É
opinião dele, opinião pessoal".
"Eficaz"
Em almoço ontem com o ministro Euclides Scalco (Secretaria Geral da Presidência) e líderes do PSDB e do governo no
Congresso, FHC disse que não
viu os programas do candidato
tucano José Serra no segundo
turno, mas, pelos relatos que
recebeu, aprovou. A propaganda vem sendo acusada de "terrorismo eleitoral", mas FHC foi
pragmático: "É eficaz".
FHC fez uma avaliação considerada "fria" da eleição: o petista Luiz Inácio Lula da Silva é
franco favorito, mas Serra tem
chances se acertar nos programas e forçar a comparação entre os dois projetos de governo
e as duas biografias.
Em entrevista à Folha, anteontem, o presidente havia
condenado o que chamou de
"opção terceiro-mundista" do
PT e a tese de que o Brasil deveria liderar os países pobres na
reação à globalização.
"Pensar que o Brasil poderia
chefiar os países pobres e tal e
coisa não faz sentido. Hoje, você não tem mais aquela polarização entre primeiro, segundo
e terceiro mundo. Isso acabou", disse.
Fez questão, porém, de ressalvar que não viu uma posição
global do PT sobre essa questão. Por isso, focou a crítica: "É
uma visão atrasada de setores
do PT". A visão "avançada", segundo o presidente: "Integração produtiva e competitiva".
Texto Anterior: Governo: FHC pede a líderes empenho para transição no Congresso Próximo Texto: Pessimismo "irrita", diz presidente Índice
|