São Paulo, quarta-feira, 16 de outubro de 2002

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"Novo governo terá de priorizar três reformas"

ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na opinião do presidente Fernando Henrique Cardoso, seu sucessor, seja quem for, deverá priorizar três reformas que seu governo não conseguiu concluir: a da Previdência Social, a tributária e a política.
Segundo ele, em entrevista à Folha anteontem, a mais urgente é a da Previdência, que "aumenta o déficit galopantemente". Disse que o seu governo "já avançou muito" nessa reforma, mas que é "preciso avançar mais", principalmente na revisão do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, que é estadual).
Quanto à reeleição, o presidente foi enfático: "Sou favorável, fui desde a Constituinte. Não há o que mexer". Também em entrevista à Folha, o ministro Pedro Parente, chefe da Casa Civil, havia defendido o fim da reeleição e um mandato único maior do que os atuais quatro anos. FHC foi claro: "É opinião dele, opinião pessoal".

"Eficaz"
Em almoço ontem com o ministro Euclides Scalco (Secretaria Geral da Presidência) e líderes do PSDB e do governo no Congresso, FHC disse que não viu os programas do candidato tucano José Serra no segundo turno, mas, pelos relatos que recebeu, aprovou. A propaganda vem sendo acusada de "terrorismo eleitoral", mas FHC foi pragmático: "É eficaz".
FHC fez uma avaliação considerada "fria" da eleição: o petista Luiz Inácio Lula da Silva é franco favorito, mas Serra tem chances se acertar nos programas e forçar a comparação entre os dois projetos de governo e as duas biografias.
Em entrevista à Folha, anteontem, o presidente havia condenado o que chamou de "opção terceiro-mundista" do PT e a tese de que o Brasil deveria liderar os países pobres na reação à globalização.
"Pensar que o Brasil poderia chefiar os países pobres e tal e coisa não faz sentido. Hoje, você não tem mais aquela polarização entre primeiro, segundo e terceiro mundo. Isso acabou", disse.
Fez questão, porém, de ressalvar que não viu uma posição global do PT sobre essa questão. Por isso, focou a crítica: "É uma visão atrasada de setores do PT". A visão "avançada", segundo o presidente: "Integração produtiva e competitiva".


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