São Paulo, domingo, 16 de outubro de 2005

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REFERENDO

Frente que defende proibição do comércio de armas e munição promete shows e panfletagem na última semana de campanha

"Sim" usa corpo-a-corpo para conter o "não"

ALEXSSANDER SOARES
DA REPORTAGEM LOCAL

A frente parlamentar Por um Brasil sem Armas usará o corpo-a-corpo como estratégia para tentar conter o crescimento das intenções de voto contra a proibição da venda de armas de fogo e munições no país. O referendo acontece no domingo que vem.
Pesquisa do Ibope divulgada anteontem indicou empate técnico. Dos 2.002 entrevistados, 49% pretendem votar contra a proibição ("não") e 45% disseram ter a intenção de votar a favor ("sim").
O resultado caracteriza uma situação de um empate técnico, já que a margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
A frente do "sim", que apresenta tendência de queda na intenção de voto nas pesquisas, apostará na capacidade de mobilização dos movimentos sociais, sindicatos e igrejas com a organização de caminhadas, shows, palestras e panfletagem. "Na reta final, vamos apostar no corpo-a-corpo com a capacidade de mobilização da nossa militância. O resultado da pesquisa serviu para levantar e acordar as pessoas que já acreditavam que o "sim" venceria o referendo", afirmou o deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE), secretário-executivo da frente a favor da proibição da venda de armas de fogo e munição.
A frente do "sim" organiza hoje "orações pela paz" em 30 mil igrejas espalhadas pelo país.
O diretor-executivo do Instituto Sou da Paz, Deniz Mizne, engajado na luta pela proibição do comércio de armas de fogo e munições, considera que a tendência de queda entre os dispostos a votar "sim" servirá para animar os movimentos sociais.
"As pessoas estavam desmobilizadas e a pesquisa acendeu a discussão. Vamos aprofundar o debate alertando que o voto contra a proibição significa ficar tudo como está, mas que o voto "sim" poderá melhorar a segurança pública e principalmente ajudar a salvar vidas", afirmou Mizne.
A frente parlamentar Por um Brasil Sem Armas destacou ontem, durante a propaganda gratuita de televisão, o pedido pela proibição do comércio feito pelo bispo de Aparecida (SP), dom Francisco Damasceno, durante uma missa. A frente do "não" reforçou o argumento de que a proibição vai "desarmar gente honesta, enquanto os bandidos continuarão armados".
O deputado federal Luiz Antonio Fleury Filho (PTB-SP), representante da frente parlamentar Pelo Direito da Legítima Defesa (contra a proibição), também aposta na mobilização das pessoas que discordam do veto a esse comércio. "Vamos continuar informando a população e mantendo o equilíbrio. Temos nosso trabalho de mobilização com a população para manter a curva ascendente e conseguir a vitória no referendo", disse Fleury.
O deputado afirmou que a frente também prepara eventos contra a proibição, mas ressaltou que seus integrantes pretendem manter a estratégia "em sigilo".


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