|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
REFERENDO
Frente que defende proibição do comércio de armas e munição promete shows e panfletagem na última semana de campanha
"Sim" usa corpo-a-corpo para conter o "não"
ALEXSSANDER SOARES
DA REPORTAGEM LOCAL
A frente parlamentar Por um
Brasil sem Armas usará o corpo-a-corpo como estratégia para tentar conter o crescimento das intenções de voto contra a proibição da venda de armas de fogo e
munições no país. O referendo
acontece no domingo que vem.
Pesquisa do Ibope divulgada
anteontem indicou empate técnico. Dos 2.002 entrevistados, 49%
pretendem votar contra a proibição ("não") e 45% disseram ter a
intenção de votar a favor ("sim").
O resultado caracteriza uma situação de um empate técnico, já
que a margem de erro da pesquisa
é de 2,2 pontos percentuais, para
mais ou para menos.
A frente do "sim", que apresenta tendência de queda na intenção
de voto nas pesquisas, apostará na
capacidade de mobilização dos
movimentos sociais, sindicatos e
igrejas com a organização de caminhadas, shows, palestras e panfletagem. "Na reta final, vamos
apostar no corpo-a-corpo com a
capacidade de mobilização da
nossa militância. O resultado da
pesquisa serviu para levantar e
acordar as pessoas que já acreditavam que o "sim" venceria o referendo", afirmou o deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE), secretário-executivo da frente a favor da proibição da venda de armas de fogo e munição.
A frente do "sim" organiza hoje
"orações pela paz" em 30 mil igrejas espalhadas pelo país.
O diretor-executivo do Instituto
Sou da Paz, Deniz Mizne, engajado na luta pela proibição do comércio de armas de fogo e munições, considera que a tendência
de queda entre os dispostos a votar "sim" servirá para animar os
movimentos sociais.
"As pessoas estavam desmobilizadas e a pesquisa acendeu a discussão. Vamos aprofundar o debate alertando que o voto contra a
proibição significa ficar tudo como está, mas que o voto "sim" poderá melhorar a segurança pública e principalmente ajudar a salvar vidas", afirmou Mizne.
A frente parlamentar Por um
Brasil Sem Armas destacou ontem, durante a propaganda gratuita de televisão, o pedido pela
proibição do comércio feito pelo
bispo de Aparecida (SP), dom
Francisco Damasceno, durante
uma missa. A frente do "não" reforçou o argumento de que a
proibição vai "desarmar gente
honesta, enquanto os bandidos
continuarão armados".
O deputado federal Luiz Antonio Fleury Filho (PTB-SP), representante da frente parlamentar
Pelo Direito da Legítima Defesa
(contra a proibição), também
aposta na mobilização das pessoas que discordam do veto a esse
comércio. "Vamos continuar informando a população e mantendo o equilíbrio. Temos nosso trabalho de mobilização com a população para manter a curva ascendente e conseguir a vitória no
referendo", disse Fleury.
O deputado afirmou que a frente também prepara eventos contra a proibição, mas ressaltou que
seus integrantes pretendem manter a estratégia "em sigilo".
Texto Anterior: Judiciário/Outro lado: Suspeitas são gravíssimas, diz juíza do TRT-SP Próximo Texto: Viagem ao exterior: Lula diz que gripe aviária preocupa mais que a aftosa Índice
|