São Paulo, quinta-feira, 16 de novembro de 2000

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RUMO A 2002
Com apoio de ministros, senador fez críticas a FHC; candidatura dividiria com petistas discurso pela ética
Simon anuncia que disputará o Planalto

DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOINVILLE

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse ontem, em Joinville (SC), que aceita a "missão" de disputar a convenção que vai indicar o candidato do PMDB à presidência da República para as eleições de 2002.
No discurso, criticou o presidente Fernando Henrique Cardoso. Simon afirmou que ele "cometeu o equívoco de jogar o prestígio político na tese da reeleição".
Estavam presentes os ministros Eliseu Padilha (Transportes), Fernando Bezerra (Integração Nacional), Ovídio de Angelis (Desenvolvimento Urbano), o presidente da Câmara, Michel Temer, e o presidente nacional do partido, Jader Barbalho. Eles endossaram o nome de Simon como candidato do PMDB em 2002.
Simon afirmou que, se o PMDB tirar seu apoio, FHC fica sem governabilidade. "Não defendemos o rompimento, mas não apoiamos o engajamento total. Votar contra e divergir como, às vezes, eu faço, faz parte do jogo", disse.
Ele afirmou que vai percorrer, nos próximos dois anos, todo o país para "discutir com a sociedade" um plano de governo para ser apresentado na disputa presidencial. "Vamos andar pelo Brasil, sentir os problemas. Valorizar o município vai ser algo fundamental em nossa campanha", disse.

Alternativa ética
A candidatura de Simon, 70, está sendo preparada desde agosto de 1999 (quando houve o primeiro lançamento, em congresso estadual do PMDB em Porto Alegre) como alternativa para tirar do PT o monopólio do discurso pela moralidade pública.
Simon entraria na campanha não para ganhar, mas para dividir a imagem da ética. Muitos atribuem a essa imagem as recentes vitórias petistas.
Os correligionários do senador não confirmam publicamente a estratégia, dizendo que Simon tem reais chances de vitória.
Simon entrou para a Ordem Terceira dos Franciscanos e fez voto de pobreza. Abriu mão dos vencimentos de ex-governador do Rio Grande do Sul (cerca de R$ 8.000) e de ex-deputado estadual (cerca de R$ 7.000). Deu seus imóveis aos filhos e, às irmãs, a participação em uma loja que herdara dos pais. Hoje, vive dos vencimentos de senador.


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