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INSTITUIÇÕES
Brasilianistas e estudiosos consideram que fragmentação partidária possibilita favorecimentos e clientelismo
Sistema político gera corrupção, diz livro
MARCELO BERABA
DIRETOR DA SUCURSAL DO RIO
Dois dos principais fatores que
facilitaram a instabilidade política
e o crescimento da corrupção durante o governo Fernando Collor
(1990-92) permanecem inalterados: a fragilidade e fragmentação
do sistema partidário-eleitoral e,
em consequência, os conflitos
permanentes entre a Presidência
da República e o Congresso.
Essa é a opinião do brasilianista
Thomas Skidmore e dos cientistas
políticos Amaury de Souza e Artur Ribeiro Neto. Eles são co-autores do livro "Corrupção e reforma política no Brasil - O impacto
do impeachment de Collor", que
a Fundação Getúlio Vargas acaba
de lançar e que é um dos mais
completos estudos sobre o período. Além dos três, assinam artigos
o jurista Fábio Konder Comparato, os cientistas políticos David
Fleischer e Leonardo Avritzer e os
brasilianistas Barbara Geddes, Richard Downes e Keith S. Rosenn.
Para Amaury de Souza, as raízes
do Collorgate e do impeachment
de Collor devem ser buscadas na
formação do sistema político brasileiro a partir da década de 30.
Para ele, o Collorgate foi o resultado de conflitos não resolvidos entre o Congresso e a Presidência.
Skidmore avalia que a crise
mostrou a força da democracia
brasileira, ao mesmo tempo em
que expôs a gravidade de seus
problemas econômicos e políticos. Na opinião de Skidmore, de
Souza e de Ribeiro Neto, o país
continua devendo uma reforma
eleitoral que fortaleça os partidos
e crie mais transparência.
Todos acham que esse é o único
caminho para se chegar a um sistema político estável e imune às
barganhas que são fontes de favorecimentos e corrupção.
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