São Paulo, quinta-feira, 16 de novembro de 2000

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INSTITUIÇÕES
Brasilianistas e estudiosos consideram que fragmentação partidária possibilita favorecimentos e clientelismo
Sistema político gera corrupção, diz livro

MARCELO BERABA
DIRETOR DA SUCURSAL DO RIO

Dois dos principais fatores que facilitaram a instabilidade política e o crescimento da corrupção durante o governo Fernando Collor (1990-92) permanecem inalterados: a fragilidade e fragmentação do sistema partidário-eleitoral e, em consequência, os conflitos permanentes entre a Presidência da República e o Congresso.
Essa é a opinião do brasilianista Thomas Skidmore e dos cientistas políticos Amaury de Souza e Artur Ribeiro Neto. Eles são co-autores do livro "Corrupção e reforma política no Brasil - O impacto do impeachment de Collor", que a Fundação Getúlio Vargas acaba de lançar e que é um dos mais completos estudos sobre o período. Além dos três, assinam artigos o jurista Fábio Konder Comparato, os cientistas políticos David Fleischer e Leonardo Avritzer e os brasilianistas Barbara Geddes, Richard Downes e Keith S. Rosenn.
Para Amaury de Souza, as raízes do Collorgate e do impeachment de Collor devem ser buscadas na formação do sistema político brasileiro a partir da década de 30. Para ele, o Collorgate foi o resultado de conflitos não resolvidos entre o Congresso e a Presidência.
Skidmore avalia que a crise mostrou a força da democracia brasileira, ao mesmo tempo em que expôs a gravidade de seus problemas econômicos e políticos. Na opinião de Skidmore, de Souza e de Ribeiro Neto, o país continua devendo uma reforma eleitoral que fortaleça os partidos e crie mais transparência.
Todos acham que esse é o único caminho para se chegar a um sistema político estável e imune às barganhas que são fontes de favorecimentos e corrupção.


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