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São Paulo, domingo, 16 de novembro de 2003

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AMÉRICA LATINA

Pontos que ficaram em aberto serão decididos na Costa Rica, durante o encontro do ano que vem

Proposta de FHC é aprovada na Bolívia, mas há indefinições

DA ENVIADA ESPECIAL A SANTA CRUZ

O principal ponto do documento elaborado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a pedido da 13ª Cúpula Ibero-Americana, a criação de uma secretaria-geral permanente para a organização, foi aprovado. O "Informe Cardoso", no entanto, foi motivo de polêmica entre os 21 países participantes do encontro.
A instituição de uma secretaria-geral encontrou a restrição de algumas nações. FHC havia proposto a criação do posto de secretário-geral da organização, além de uma sede para a entidade.
Alguns países discutiam se havia uma identidade forte o suficiente entre eles para criar uma secretaria-geral, com "pessoa jurídica própria e capacidade de celebrar atos e contratos necessários para o cumprimento de seus objetivos", conforme propôs FHC.
Após expor ontem aos 21 chefes de Estado da América Latina, Espanha e Portugal as linhas gerais do documento, FHC conseguiu aprová-lo por unanimidade.
Alguns pontos, no entanto, ficaram em aberto. São eles: o local onde será a sede da cúpula e a eleição do secretário-geral, cargo que o ex-presidente disse, na reunião, não lhe interessar. Os impasses serão decididos na Costa Rica, na cúpula do ano que vem. Na ocasião, será também formatado o estatuto da organização.
Segundo o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, o Brasil não era contra a formação da secretaria-geral, mas defendia mais discussão antes de sua aprovação no encontro.
O objetivo da criação da secretaria-geral, de acordo com o texto, seria "desenvolver um espaço de consulta, debate político e cooperação que contribua ao fortalecimento e à coesão da comunidade ibero-americana".
Ontem, os presidentes dos países membros assinariam a "Declaração de Santa Cruz".
Ainda ontem, Lula se encontrou por cerca de 20 minutos com o líder cocaleiro Evo Morales, do Movimento ao Socialismo. Morales disse que trocou experiências com Lula. "Me sinto como um irmão menor de Lula", disse o líder cocaleiro. Na saída, questionado sobre o seu joelho, que estava inflamado, Lula disse: "Está melhor, amanhã tem jogo".


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