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PT busca Sarney e ACM para obter maioria
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A opção do PT pela candidatura
do peemedebista José Sarney à
presidência do Senado é parte da
negociação com mais dois caciques políticos, o pefelista baiano
Antonio Carlos Magalhães e o tucano cearense Tasso Jereissati, para garantir maioria no Congresso
a Luiz Inácio Lula da Silva.
Com Sarney, e os senadores
eleitos ACM e Tasso, Lula terá
uma interlocução acima das direções formais de PMDB, PFL e
PSDB, os três grandes partidos
que apoiaram o governo Fernando Henrique Cardoso.
Atualmente, os presidentes de
PMDB, PSDB e PFL são, no mínimo, refratários ao PT. Daí Lula investir no racha dos partidos para
minar as cúpulas formais.
De aliados, Sarney e ACM viraram adversários mortais de FHC.
Os dois perderam poder no governo tucano. Para Lula, ambos
são sinceros quando manifestam
desejo de ajudá-lo, até porque é
uma forma de lavagem biográfica.
Sarney e ACM, líderes do regime militar, foram historicamente
atacados pelos petistas. Em 2002,
entraram na canoa de Lula e, agora, têm a chance de voltar ao poder aliados a um partido de esquerda. Lula e o ministro-chefe da
Casa Civil, José Dirceu, articulam
diretamente com Sarney e ACM.
Tasso, que ficou contrariado
com FHC por ter perdido a indicação presidencial do PSDB para
José Serra, trava disputa com os
serristas pelo comando partidário. Haverá eleição em maio para
a presidência da sigla, hoje com o
"serrista" José Aníbal (SP). Interessa a Lula fortalecer Tasso.
Se obtiver êxito na operação para eleger Sarney, o PT tentará colocar aliados peemedebistas em
outras posições de destaque no
Congresso e, numa convenção
em setembro, trocar o atual comando partidário. Esse comando
apoiou Serra na eleição.
Assim, Lula espera ter uma base
parlamentar suficiente para aprovar emendas constitucionais, que
precisam do apoio de três quintos
de deputados e senadores em dois
turnos de votação. As reformas
previdenciária, trabalhista e tributária só podem ser feitas por
emendas à Constituição.
(KENNEDY ALENCAR)
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