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Entenda a origem dos indicadores
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Todos os números usados nesta
reportagem sobre o Maranhão
são oficiais. Foram coletados nas
bibliotecas do IBGE no Rio de Janeiro e em Brasília. Há também
indicadores de outras fontes, como a Secretaria do Tesouro Nacional (dados sobre execução financeira dos Estados).
Infelizmente, não há no Brasil
indicadores anuais detalhados
desde 1960. Para avaliar a evolução da década de 60, o que há de
mais confiável são os dados dos
censos de 1960 e 1970. Mas isso
impede, por exemplo, que se isole
totalmente o período que o Maranhão foi governado por integrantes da família Sarney e aliados (de
1966 até hoje).
Mesmo assim, o desvio não é
grande. A simples observação das
curvas dos indicadores publicados hoje pela Folha demonstram
que a década de 60 foi de poucas
mudanças no Maranhão.
Em 1967, o IBGE começou a fazer anualmente a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), um levantamento com
um universo hoje de aproximadamente 110 mil casas. O problema é
que as primeiras PNADs foram
realizadas apenas em algumas regiões do país.
A partir de 1976, o IBGE passou
a fazer PNADs anuais em todo o
país. Mas só divulgava dados consolidados para alguns Estados e
suas regiões metropolitanas. Em
1983, finalmente, todas as unidades da federação passaram a ter
uma publicação anual com os dados apurados pelas PNADs.
Só que muitas vezes as PNADs
contêm perguntas diferentes e dados que não são comparáveis entre si. Por exemplo, em alguns
anos era perguntado ao entrevistado que tipo de fogão ele tinha
em casa (se a lenha, a gás, elétrico
etc.). Depois de algum tempo,
passou-se a perguntar apenas se
havia fogão no domicílio.
Também há alguns anos nos
quais a PNAD não foi realizada.
Um deles é 1994. Isso impede que
se faça uma comparação exata da
evolução dos anos de Roseana
Sarney no poder no Maranhão
para alguns indicadores (ela tomou posse em janeiro de 1995).
Para saber o aumento total do
número de TVs, por exemplo, seria necessário fazer o cálculo
usando o dado mais recente em
comparação com o de 1994. Como não existe informação para
1994, o mais correto é comparar
com 1995.
Em algumas oportunidades, o
governo do Maranhão tem divulgado estatísticas comparando indicadores socioeconômicos de
2000 com os de 1993, 1992 ou até
de 1991. Isso causa um grande
desvio, pois o Brasil passou por
uma recessão na parte final do governo de Fernando Collor -o
que resultou numa piora geral no
país, sobretudo em 1993.
Um desses casos de comparação distorcida do período de Roseana é o aumento da renda que
ela divulga: usa dados de 2000
contra os de 1991 -quatro anos
antes de ter tomado posse.
A grande maioria dos dados
desta reportagem teve de ser digitada. As informações estavam
disponíveis no IBGE apenas em livros antigos. Tudo foi conferido
depois da transposição para meio
eletrônico.
(FR)
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