São Paulo, domingo, 17 de fevereiro de 2002

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Entenda a origem dos indicadores

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Todos os números usados nesta reportagem sobre o Maranhão são oficiais. Foram coletados nas bibliotecas do IBGE no Rio de Janeiro e em Brasília. Há também indicadores de outras fontes, como a Secretaria do Tesouro Nacional (dados sobre execução financeira dos Estados).
Infelizmente, não há no Brasil indicadores anuais detalhados desde 1960. Para avaliar a evolução da década de 60, o que há de mais confiável são os dados dos censos de 1960 e 1970. Mas isso impede, por exemplo, que se isole totalmente o período que o Maranhão foi governado por integrantes da família Sarney e aliados (de 1966 até hoje).
Mesmo assim, o desvio não é grande. A simples observação das curvas dos indicadores publicados hoje pela Folha demonstram que a década de 60 foi de poucas mudanças no Maranhão.
Em 1967, o IBGE começou a fazer anualmente a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), um levantamento com um universo hoje de aproximadamente 110 mil casas. O problema é que as primeiras PNADs foram realizadas apenas em algumas regiões do país.
A partir de 1976, o IBGE passou a fazer PNADs anuais em todo o país. Mas só divulgava dados consolidados para alguns Estados e suas regiões metropolitanas. Em 1983, finalmente, todas as unidades da federação passaram a ter uma publicação anual com os dados apurados pelas PNADs.
Só que muitas vezes as PNADs contêm perguntas diferentes e dados que não são comparáveis entre si. Por exemplo, em alguns anos era perguntado ao entrevistado que tipo de fogão ele tinha em casa (se a lenha, a gás, elétrico etc.). Depois de algum tempo, passou-se a perguntar apenas se havia fogão no domicílio.
Também há alguns anos nos quais a PNAD não foi realizada. Um deles é 1994. Isso impede que se faça uma comparação exata da evolução dos anos de Roseana Sarney no poder no Maranhão para alguns indicadores (ela tomou posse em janeiro de 1995).
Para saber o aumento total do número de TVs, por exemplo, seria necessário fazer o cálculo usando o dado mais recente em comparação com o de 1994. Como não existe informação para 1994, o mais correto é comparar com 1995.
Em algumas oportunidades, o governo do Maranhão tem divulgado estatísticas comparando indicadores socioeconômicos de 2000 com os de 1993, 1992 ou até de 1991. Isso causa um grande desvio, pois o Brasil passou por uma recessão na parte final do governo de Fernando Collor -o que resultou numa piora geral no país, sobretudo em 1993.
Um desses casos de comparação distorcida do período de Roseana é o aumento da renda que ela divulga: usa dados de 2000 contra os de 1991 -quatro anos antes de ter tomado posse.
A grande maioria dos dados desta reportagem teve de ser digitada. As informações estavam disponíveis no IBGE apenas em livros antigos. Tudo foi conferido depois da transposição para meio eletrônico. (FR)



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