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DANÇA OFICIAL
Lula arrisca "balé" com Bolshoi brasileiro
Ministro da Cultura faz "poesia" em evento Gil ensaia passos de balé a pedido de Lula, em Joinville
LEILA SUWWAN
ENVIADA ESPECIAL A JOINVILLE
Emocionado com o espetáculo dos alunos da escola do
Teatro Bolshoi no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu ao palco escoltado por
duas bailarinas de dez anos para discursar e acabou esboçando passos de balé diante de
uma platéia de cerca de 4.500
pessoas anteontem à noite em
Joinville (SC).
Em seu discurso, o presidente disse que o desempenho artístico das crianças -85% são
bolsistas da rede pública- reforçou sua convicção de que o
país é capaz de "fazer as coisas
mais impossíveis do mundo
acontecer".
No balé, Lula não falou de
economia, política, violência,
guerra ou reformas para não
"enfeiar a noite inesquecível".
"Essas crianças, algumas
muito pobres, de bairros periféricos, algumas que quando
aqui chegaram não tinham
nem a experiência de tomar banho, conseguiram nos dar este
espetáculo", disse.
Chamado ao palco, o ministro da Cultura, Gilberto Gil, improvisou uma poesia: comparou o balé a um "conjunto de
metáforas silvestres do mundo
dos insetos e pássaros". Gil se
disse encantando com os passos hesitantes do balé infantil e
chamou as crianças de "molecotas e molecotes".
"A coisa dos pés elevados me
lembrava do xaxado nosso, lá
dos pés, lá do Norte, do presidente, meu e de muitos outros.
A coisa mestiça como ela é e o
desejo de integração mostrada
nos passos do par de dois, de
três, de quatro e seis e de todos
que aqui estão", recitou Gil,
dançando balé e xaxado. A escola do Bolshoi, patrocinada
pelos Correios, comemoravaseu terceiro aniversário.
Depois do espetáculoLula
terminou a noite de sábado
cansado, suado e irritado. No
jantar de arrecadação de recursos para o Fome Zero, o presidente, assediado, não pôde degustar o prato principal, marreco recheado.
A R$ 100 a entrada -o jantar, segundo os organizadores,
arrecadou R$ 80 mil-, muitos
dos mil convidados aproveitaram para cumprimentar e fotografar o presidente, que manteve o sorriso apesar do cansaço,
da fome e da falta de ar condicionado.
O presidente se retirou depois de 40 minutos e antes de
entrar no carro, fumou um cigarro e repreendeu um chefe
de segurança por não ter liberado sua saída e resguardado
melhor a mesa em que estava.
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