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Empresário promete abrir sigilos
DA FOLHA RIBEIRÃO
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO
O ex-secretário de Governo de
Ribeirão Preto (SP) Rogério Buratti disse ontem que vai se apresentar à Polícia Federal para depor antes de ser convocado e que
abrirá os sigilos bancário, fiscal e
telefônico que tiverem relação
com o episódio GTech.
A PF da cidade, porém, não tem
data prevista para o depoimento,
pois ainda não foi informada oficialmente do caso.
Segundo Buratti, vice-presidente-executivo do grupo Leão Leão
-maior financiador da campanha de Antonio Palocci Filho à
Prefeitura de Ribeirão em 2000-,
seu nome está sendo envolvido
em um caso que pode ter como
objetivo prejudicar o ministro da
Fazenda. As afirmações foram feitas em entrevista por telefone à rádio Clube de Ribeirão: "Tenho a
impressão de que o que está acontecendo pode ter mais como objetivo tentar prejudicar o Palocci,
usando-me como instrumento".
Em depoimento, diretores da
GTech disseram que Buratti teria
sido indicado por Waldomiro Diniz para intermediar, como consultor, a renovação do contrato da
empresa com a Caixa Econômica
Federal. Buratti confirma o encontro, mas diz que não aceitou o
trabalho nem fez proposta.
"Não fizeram [a GTech] propostas de negociata, lobby ou propina, até porque, se eu tivesse
condições de interferir numa renovação de contrato e essa renovação fosse feita profissionalmente, não seria crime."
O ex-secretário afirmou ainda
que sua declaração de renda está
aberta, exceto o que tange sua vida privada. "Eu não quero permitir uma devassa da minha vida,
porque eu não sou objeto de investigação, não sou funcionário
público, eu sou um profissional."
"Acho que meu nome está sendo usado numa briga política, que
respinga no Palocci."
Rogério Buratti, 41, foi um dos
fundadores do PT em Osasco
(Grande São Paulo), na década de
80, ao lado de políticos como João
Paulo Cunha (PT-SP), presidente
da Câmara, e de Benedito Mariano, secretário de Segurança Urbana da Prefeitura de São Paulo.
Assessor de deputado
Atuou no PT local até 1992,
quando passou a assessorar o então deputado estadual Antonio
Palocci Filho, hoje ministro da Fazenda, que o levaria a Ribeirão
após ter vencido a sua primeira
eleição à prefeitura.
Na cidade, a participação de Buratti causou polêmica no partido,
pelo fato de ele ser um "forasteiro" e ter supostos "superpoderes". Membros do diretório do PT
local chegaram a se reunir com o
prefeito para pedir o afastamento
do secretário, que caiu em 1994
após suspeitas de direcionamento
em licitações de obras.
Após criar a Assessorarte, no
mesmo ano, Buratti trabalhou na
Prefeitura de Matão (1997-1998)
como assessor especial do prefeito Adauto Scardoelli (PT). Voltou
a Osasco em 2000 para assessorar
o deputado estadual Emídio de
Souza (PT), que se candidatara à
prefeitura da cidade.
(MARCELO TOLEDO e RICARDO GALLO)
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